Desde que li o título Não olhe para trás, Editora Farol Literário, fiquei com muita vontade de ler o livro. Sei que há pessoas que escolhem livros pela capa. Já eu, algumas vezes, escolho pelo título. E, às vezes, não leio a sinopse. Claro, corro perigo. Compra no escuro.
Acho que o motivo desse título ter chamado a minha atenção é porque me faz pensar em algumas possibilidades de enredos para produzir minha própria história (sonhando).
Não olhe para trás (Don’t Look Back), de Jennifer L. Armentrout, a narrativa gira em torno de Samantha, uma garota rica, com amigos ricos, namorado lindo e rico. Tudo perfeito. A ambientação do livro só tem coisas que o dinheiro pode comprar.
A história inicia com Samantha sendo encontrada em uma estrada, descalça e coberta de sangue. A polícia a leva para o hospital. Ela não lembra o próprio nome, muito menos o que aconteceu. No hospital, Samantha recebe o diagnostico de amnésia dissociativa, um tipo de perda de memória causada por experiências traumáticas. Ela fica sabendo que estava desaparecida há alguns dias. E sua melhor amiga, Cassie, desapareceu no mesmo dia e ainda não foi encontrada.
“Porque não estava não bem, e nunca ficaria. Eu estava presa àquela vida da qual não me lembrava, presa no corpo daquela garota, a tal Samantha Jo Franco, e, quanto mais eu descobria a respeito dela, mais eu começava a detestá-la.” [p.37]
Samantha, aos poucos, fica sabendo detalhes de sua antiga vida. Pelos relatos de pessoas próximas, ela descobre que, junto com Cassei, formavam uma dupla de patricinhas malvadas. Elas infernizavam a vida de todos na escola. As coisas estão diferentes. Samantha parece outra pessoa. E não consegue se conectar com sua antiga vida. Ela terá a chance de reviver tudo, como se fosse a primeira vez.
Se você tivesse uma chance de recomeçar: faria tudo do mesmo jeito? Ou mudaria tudo, drasticamente? Estas são as questões que perpassam toda a história de Não olhe para trás.
Não olhe para trás: mistério e suspense
Acompanhamos o drama de Samantha, que não sabe o aconteceu com si mesma e nem com sua melhor amiga. Ao longo do livro Samantha vai se perguntando e, consequentemente, o leitor também: O que aconteceu foi um acidente? Ou foi um crime? A velha Samantha poderia matar alguém?
A amizade em Samantha e Cassei não era tão tranquila. A relação com o namorado também não era um conto de fada. Ao que parece Cassei queria a vida de Samantha. Samantha não tinha um bom relacionamento com mãe, nem com o irmão. Já o pai tratava-a como uma princesa.
Na nova vida, Samantha tem o apoio do irmão, Scott, e de Carson Ortiz, amigo de infância. A relação com a família agora é outra. As pistas nos leva a pensar em algumas possibilidades. E no final, nos surpreendemos.
No livro não há nenhum trabalho com a linguagem que possa dar mais expressividade a história. Há uma repetição exagerada da expressão “revirar os olhos”. Não sei se é um problema da tradução. Mas me incomodou o fato de não haver outras palavras para expressar o que os personagens estão sentindo, principalmente, Scott.
No entanto, o livro acabou me conquistando por suscitar reflexões, como, por exemplo: nossos atos influenciam a vida de outras pessoas; as relações devem ser pautadas por respeito ao próximo. E tem o romance fofo.
Se você gosta da série Pretty Little Liars, vai gostar desse livro, pois tem pontos incomuns: às mensagens anônimas, os bilhetes ameaçadores. A capa faz referência aos bilhetes. Também tem pontos incomuns com o filme “Black Swan”, “Cisne Negro”. A amizade conflituosa, repleta de rivalidade entre Cassie e Samantha. Ah, e tem a questão da amnésia, que lembra o filme “Para Sempre”.