Resenha || Soldier: leal até o fim | Sam Angus

Soldier: leal até o fim, de Sam Angus, Editora Novo Conceito, me deixou com os olhos marejados. Essa é uma daquelas histórias que, em vários momentos, traz cisco ao olho do leitor. Soldier apresenta a emocionante trajetória de Stanley, Soldier e Bones (os dois últimos são cães).

Stanley é um jovem de 14 anos que vive com seu pai, Da, um homem amargo, que se trancou em um mundo obscuro que Stanley não consegue compreender. Seu irmão mais velho, Tom, está lutando nas linhas de frente da Primeira Guerra Mundial e é o único que realmente entende Stanley.

Entretanto, a vida de Stanley não é feita apenas de infelicidades. Ele tem Soldier, um dos filhotes mestiços da cadela Rocket. Porém, o pai de Stanley desaprova esses filhotes, pois Da só cria cães de raça.

Determinando a se livrar dos cães mestiços, Da toma uma atitude que causa grande dor a Stanley. Essa situação é um dos motivos que levam Stanley a se alistar no exército e ir para a França, lutando na guerra ao lado de seu irmão Tom.

Ao ler a sinopse de Soldier, imediatamente me lembrei do livro Cavalo de Guerra, adaptado para o cinema em 2011. Assim como Soldier, Cavalo de Guerra é ambientado durante a Primeira Guerra, focando, é claro, nos cavalos que serviram ao exército.

Soldier: contextos históricos

Soldier é uma história ficcional, mas que também incorpora fatos históricos, proporcionando uma maior dimensão à narrativa. O foco principal do livro são os cães mensageiros que serviram na guerra, treinados para levar mensagens entre as companhias quando a comunicação era cortada devido aos bombardeios. Assim, além dos bombos, os cães também desempenharam um papel fundamental.

A narrativa é em terceira pessoa e dividida em três partes. Na primeira, conhecemos Stanley antes do nascimento de Soldier; entendemos como Da o tratava e acompanhamos o nascimento de Soldier. Na segunda parte, observamos o treinamento de Stanley e seu envio para a guerra, onde somos confrontados com os horrores do conflito. A terceira e última parte revela os reencontros.

Soldier não se limita a contar a história de Soldier; também nos apresenta a leal história de Bones, o primeiro cão que Stanley treinou.

Confesso que estava apreensiva para ler, pois não sou fã de histórias que exploram a emoção utilizando animais. Penso que, para apreciar esse tipo de narrativa, o leitor deve ter pouca sensibilidade ou não gostar de animais, caso contrário, é impossível não se emocionar.

Este livro não é apenas sobre cães de guerra. É uma obra que aborda família, amizade e lealdade. Fala sobre como lidamos com as dores que esmagam nosso coração e sufocam nossa alma.

Soldier é uma leitura imperdível para quem aprecia temas de guerra e o papel dos animais. É impressionante como sempre há algo novo a ser explorado sobre a guerra. A escrita da autora é envolvente e cativante, tornando impossível não nos deixarmos levar pela história.