Resenha || Em queda livre | Ally Carter

 Em queda livre gira em torno da busca por verdade e justiça após a perda trágica de um ente querido. A protagonista, Grace Blakely, enfrenta seus traumas e medos enquanto tenta desvendar o mistério da morte de sua mãe, que ela acredita ter sido assassinada.

Além da investigação pessoal, Em queda livre também explora questões de confiança, manipulação e as complexidades das relações interpessoais. A ambientação diplomática e os desafios políticos adicionam uma camada de tensão, destacando a fragilidade das alianças e as consequências de ações imprudentes.

Em suma, a narrativa combina elementos de suspense, drama psicológico e dilemas éticos, oferecendo uma visão rica e envolvente sobre como lidar com a dor e a busca por respostas em meio a um mundo cheio de incertezas.

Grace Blakely estava presente no dia da morte de sua mãe e presenciou cada detalhe. Desde então, não consegue esquecer, nem por um minuto, aquele rosto marcado por uma cicatriz única, que mudou sua vida para sempre.

Agora, aos 16 anos, Grace tenta superar os medos e o terror daquela noite. Todos acreditam que a morte de sua mãe foi acidental, resultado de um incêndio, mas Grace sabe que não está louca. O atestado de óbito confirma o que ela nunca duvidou: sua mãe foi assassinada pelo homem da cicatriz, como ela costumava chamar.

Com seu pai prestes a embarcar para o exército, Grace se vê forçada a morar com seu avô na embaixada dos EUA em Adria. Embora não esteja satisfeita com a ideia, não tem escolha a não ser conviver com as memórias de Caroline, sua mãe, já que aquele era o local de sua infância. Na embaixada, a regra é clara: nenhum membro pode invadir outro país sem convite. Contudo, Grace nunca foi boa em seguir regras.

Em queda livre: busca por Justiça

Ao longo da narrativa, novos personagens como Megan, Noah e Rosie entram na vida de Grace, compartilhando sua busca pelo homem da cicatriz. Grace está convencida de que o assassino de sua mãe está tramando algo terrível, e sua missão é descobrir a verdade a qualquer custo.

Alexie, um dos protagonistas, é designado a proteger Grace a pedido de Jamie, seu irmão, apesar de ser considerado um inimigo por ser russo. Mal sabe Grace sobre os verdadeiros planos de Alexie e suas intenções genuínas.

Um dos aspectos mais valiosos da história é a fluência natural dos núcleos narrativos. Não há eventos ilógicos que pareçam forçados; a trama se desenrola de forma realista, tornando a leitura prazerosa.

O enredo psicológico de Grace prevalece, pois, enquanto tenta superar o trauma da perda, ela está determinada a descobrir quem é o assassino de sua mãe, que poderia atacar novamente. Sua desconfiança a leva a manipular amigos em busca de respostas.

Outro tema forte no livro são as questões diplomáticas e políticas. Qualquer deslize por parte dos membros da embaixada poderia levar a guerras ou desmantelamento de alianças, algo crucial para o avô de Grace.

Embora haja um romance, ele não é o foco central da autora, deixando os leitores esperando por mais no próximo livro. O título, Em queda livre, só faz sentido no final, que, embora não surpreendente, mantém a coerência com a narrativa.

Em queda livre é o primeiro livro Young Adult (YA) da Editora Guarda-Chuva, que se destacou pelos detalhes e pela narrativa envolvente de alto teor psicológico. Recomendo a obra de Ally Carter para o público jovem que está disposto a mergulhar nesta história.

“Nós temos que respeitar nosso país anfitrião e temos que respeitar nossos vizinhos. […] Às vezes, os muros que nos separam dos vizinhos são tudo o que existe entre o nosso país e a guerra.”