Algumas leituras nos marcam de tal forma que é difícil encontrar as palavras certas para expressar o que sentimos. Depois daquela montanha, um lançamento recente da Editora Arqueiro, é um desses livros. Escrito por Charles Martin, este romance carrega uma carga dramática intensa, evocando sentimentos como dor e desespero.
“Você estava certa. Certa o tempo todo. Sempre há esperança. Sempre.”
O enredo gira em torno de Ben e Ashley, dois indivíduos bem-sucedidos: ele, um médico renomado, e ela, uma jornalista prestes a se casar em menos de 48 horas. Ambos embarcam em um voo que é cancelado devido a uma tempestade severa no inverno rigoroso de Salt Lake City. Sem opções, decidem pegar um voo particular, mesmo com as condições adversas. O que eles não esperavam era que uma tragédia estava prestes a acontecer.
“Quando o pior é uma possibilidade, é bom mantê-lo em perspectiva. Sem que a gente se esconda dele. Sem fugir. Ele pode acontecer. E, se e quando acontecer, é melhor ter pensado nele de antemão. Desse jeito, a pessoa não é esmigalhada quando o pior se torna realidade.”
Ao acordar, Ben se vê em uma situação desesperadora. Incapaz de se mover, ele percebe que Ashley pode estar morta. A angústia toma conta dele, pois eles estão a mais de 3.500 metros de altura, sem ajuda e enfrentando o frio cortante da montanha.
Essa narrativa nos leva a refletir sobre as decisões que tomamos e as consequências que delas advêm. Ben e Ashley poderiam ter esperado em um hotel, mas a urgência do momento os levou a optar pelo voo arriscado. O autor nos provoca a pensar sobre como um simples impulso pode mudar o curso de nossas vidas.
Ben, sendo médico, tem algum conhecimento sobre seu corpo, mas isso não o impede de sentir dor e desespero. A história nos questiona: é possível sobreviver em uma situação tão extrema? E o que acontece com Ashley? Ela sobrevive ou sucumbe ao destino cruel?
Depois daquela montanha: reflexão sobre escolhas
Depois daquela montanha é uma poderosa reflexão sobre escolhas e suas inevitáveis consequências. Cada minuto que Ben passa na montanha é um lembrete de que a vida é frágil e que nossas decisões moldam nosso destino. O autor habilmente instiga o leitor a questionar suas próprias atitudes.
A ambientação é descrita de forma tão vívida que conseguimos sentir o frio e a tensão da situação, mesmo sem estar lá fisicamente. A solidão e a falta de ajuda fazem com que o leitor sinta a angústia de Ben, questionando se ainda é possível ter fé em sua sobrevivência.
“Esperar por alguém faz isso. Transforma minutos em horas, horas em dias e dias em vidas.”
A simplicidade da capa e da diagramação contrasta com a profundidade da história. A Editora Arqueiro conseguiu equilibrar esses elementos de forma eficaz, e o autor merece aplausos por criar personagens tão reais e uma ambientação palpável. Ao final da leitura, fiquei me perguntando: “Tem certeza, Martin, que essa não é uma história real?” Apesar do peso emocional, a leitura não deixou ressaca; pelo contrário, deixou um desejo de mais.
É quase impossível não recomendar Depois daquela montanha a todos, especialmente casais e amantes de histórias que refletem a realidade. Casos como o de Ben e Ashley não são apenas ficção; eles acontecem na vida real e nos fazem questionar nossas próprias escolhas. Sou grato ao autor por me abrir os olhos para a fragilidade do destino e a importância das decisões que tomamos.
“Paus e pedras podem quebrar ossos, mas, se você quiser ferir alguém… bem fundo, use palavras.”
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