Sou uma grande fã do gênero thriller e seus vários subgêneros, mas o thriller erótico na literatura ainda é um mistério para mim. Mesmo tendo lido dois livros que se encaixam nessa descrição, sendo Maestra um deles, ainda não tinha me aprofundado no tema. O gênero é muito popular no cinema, mas há poucos livros que se destacam, então, quando soube que este era um deles, fiquei ainda mais interessada na leitura.
Confesso que o que mais me atraiu à primeira vista foi a capa, não apenas pela arte, mas também pelo que estava escrito: “Maestra apresenta uma heroína corajosa, complexa e perigosa”. Logo em seguida, a comparação com Os Homens que Não Amavam as Mulheres e Garota Exemplar chamou minha atenção.
Como fã de protagonistas fortes e destemidas (badass), e grande admiradora da trilogia Millennium, cujo primeiro livro foi citado, não pude resistir. Garota Exemplar também está entre meus favoritos. Como não correr atrás de um exemplar de Maestra?
Demorou alguns meses, mas finalmente adquiri uma cópia, ignorando os comentários negativos que havia lido.
Em Maestra , conhecemos Judith, que trabalha em uma renomada casa de leilões em Londres durante o dia e, à noite, em uma casa noturna para homens. Seu sonho é crescer no mundo da arte, e ela batalhou muito para chegar onde está, mesmo que seu papel pareça insignificante. Sua vida muda ao descobrir uma pintura falsa sendo vendida por milhões de dólares. Seu instinto a leva a buscar a verdade, mas seu patrão a demite.
Judith, no entanto, tem outros planos. A humilhação que sofre só aumenta seu desejo de desmascarar a corrupção no mercado de arte. Com o tempo, ela percebe que pode se beneficiar ao manipular a situação, fazendo com que os outros tomem cuidado com ela.
No início, pode parecer ingênua, mas rapidamente o leitor vislumbra sua frieza e poder de manipulação. Judith é inteligente e não dá um passo sem calcular suas consequências. Resumindo, ela não mede esforços para alcançar seus objetivos.
“Então observei o brilho da faca enquanto lentamente corri minha língua de cada lado da lâmina, sugando o líquido ferroso entre meus dentes.”
Maestra: sem coerência na trama
No início, Maestra se apresenta como um thriller de conspiração, com a protagonista tentando desmascarar uma organização de falsificação de obras de arte. Porém, a partir da segunda parte, a narrativa muda: Judith revela-se uma mulher amoral e cruel, que passou tempo demais escondida na pele de uma mocinha.
Gostei do começo, e as primeiras cem páginas passaram rapidamente. No entanto, a história se tornou confusa, levando-me a questionar se a autora estava escrevendo aleatoriamente, apenas para ver onde tudo daria. Esse humor peculiar me manteve interessada, curiosa sobre os próximos capítulos.
Manter um foco mais consistente na narrativa ajudaria a evitar a sensação de que a história bagunçada. Uma linha narrativa mais clara poderia tornar a leitura mais envolvente.
O livro muda de foco diversas vezes. Muitos personagens são introduzidos e depois desaparecem sem explicação, sem desfecho. Quanto às comparações com Os Homens que Não Amavam as Mulheres e Garota Exemplar: não fazem jus.
A leitura realmente prende, mas, como mencionei, a curiosidade sobre as próximas reviravoltas da autora é o que motiva a continuidade. Se não fosse pelo ritmo da narrativa, provavelmente teria abandonado na metade.
O final não foi de todo ruim, e algumas coisas salvaram o desfecho. Como é uma trilogia, espero que o segundo livro seja mais focado e que a autora escolha melhor os pontos a serem trabalhados. A nota deste primeiro no Goodreads é baixa, 2.81, e a do segundo é apenas um pouco maior.
Não é um livro que indicaria para todos os leitores, mas pode ser uma escolha interessante para quem deseja se aventurar no thriller erótico, pois possui as características do subgênero.
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