Os três porquinhos e outras histórias

Minha indicação de leitura infantil de hoje é um livro repleto de sábias lições: Os Três Porquinhos e Outras Histórias. Como o título indica, essa edição não tem apenas a história dos Três Porquinhos, ela reúne fábulas clássicas, como: O Patinho Feio, A História da Mindinha, O Rato da Cidade e o Rato do Campo, O Lobo Mau e os Sete Cabritinhos, As Aventuras do Pequeno Polegar, Lourita e os Três Ursos, A Lebre e o Porco-Espinho, O Elefante e a Lebre e O Caranguejo e a Garça.

Hoje, não irei me deter nas outras fábulas para não tornar o texto muito longo, mas planejo falar sobre cada uma delas em outra oportunidade. Essas histórias são adaptações livres dos contos de Andersen, Irmãos Grimm, fábulas de Esopo e contos ingleses.

Nessa versão, Os Três Porquinhos saem da casa dos pais e passam todo o verão brincando e se divertindo, sem se preocupar com nada. Quando o inverno chega, eles percebem que precisam de um lugar quente e de comida guardada para enfrentar o longo período frio. Um dos porquinhos constrói uma casa de palha, por querer terminar logo para ter mais tempo para brincar. O outro porquinho constrói uma casa de tábuas velhas, também desejando concluir rapidamente. Já o terceiro porquinho, que constrói uma casa de tijolos, leva bastante tempo para terminar. Os dois outros porquinhos até zombam dele, pois, enquanto ele trabalha, os outros dois continuam brincando.

Os três porquinhos: trabalho e dedicação

Há um lobo na região. Com fome, ele decide caçar os porquinhos e consegue facilmente derrubar as duas casas frágeis com seu sopro potente. Os dois porquinhos fogem desesperados para a casa do irmão, que é feita de tijolos. O lobo, confiante, tenta derrubá-la também, mas não obtém sucesso.

Não é novidade que essas histórias sempre trazem uma moral. A de Os Três Porquinhos, por exemplo, ensina a importância de sermos cuidadosos em nossas ações, trabalhando com capricho e dedicação.

As escolhas dos porquinhos têm consequências diretas. As casas frágeis não oferecem proteção contra o lobo, refletindo a ideia de que ações apressadas podem levar a problemas. No final, a união dos porquinhos para enfrentar o lobo destaca a importância da cooperação e do apoio mútuo em tempos difíceis.

Os três porquinhos: inteligência e estratégia

O terceiro porquinho não apenas trabalha mais; ele também pensa estrategicamente, mostrando que a inteligência pode ser tão importante quanto o esforço físico.

A história ressalta a importância de se preparar para o futuro e buscar segurança, especialmente em tempos de dificuldade. Os porquinhos, especialmente o que construiu a casa de tijolos, mostram coragem ao enfrentar o lobo, simbolizando a resiliência diante de desafios.

Meu filho, Ben, adorou essa edição. Ele não se cansa de admirar as ilustrações vintage, que são, por sinal, belíssimas. As preferidas dele são as dos Três Porquinhos, mas ele também gosta muito de O Patinho Feio e A Lebre e o Porco-Espinho.

Os três porquinhos: leiam os contos de fadas clássicos!

Por fim, gostaria de ressaltar algo que considero muito importante: possibilitem que as crianças tenham contato com os contos de fadas clássicos, além, é claro, de outros tipos de leitura. As fábulas e os contos clássicos são ferramentas poderosas no desenvolvimento reflexivo das crianças. E, por favor, interajam nas leituras de seus filhos. Dialoguem sobre as histórias que eles leem. Nunca joguem a responsabilidade da educação dos seus filhos para terceiros.

Conheçam também os contos clássicos; busquem suas diversas releituras. Digo isso para evitar interpretações distorcidas, que podem surgir da falta de compreensão das intertextualidades nas histórias infantis contemporâneas, ou da dificuldade em entender as metáforas e o universo simbólico das narrativas. Vide a recente polêmica na internet, com pais assustados e indignados com o conteúdo do livro O Menino que Espiava para Dentro, da escritora Ana Maria Machado. Para saber mais sobre o que estou falando, leiam aqui.