Os meninos de Nápoles é a história do surgimento de uma gangue de jovens da periferia do bairro de Forcella, em Nápoles, Itália. O protagonista central é Nicolas, conhecido como “Marajá”, o chefe da paranza (como são chamadas as gangues de delinquentes juvenis). Aos 16 anos, Nicolas lidera um bando de 11 rapazes, todos com apelidos infantis.
O livro retrata o fascínio desses jovens pelo submundo do crime organizado, enxergando os líderes da máfia como seus ídolos. Eles acreditam que a vida de luxo e poder proporcionada pelo dinheiro do tráfico de drogas e extorsões é muito superior à vida medíocre de seus pais por meio de trabalhos honestos.
A narrativa apresenta cenas de extrema violência, desde as primeiras páginas, deixando o leitor horrorizado. Há comparações pertinentes com a realidade das periferias brasileiras, com jovens armados exibindo o poder do crime.
Os meninos de Nápoles: consumismo e exibicionismo vazio
Porém, existem diferenças importantes entre os meninos de Nápoles e a realidade de jovens em situação de extrema pobreza e abandono estatal. Esses garotos vivem em um ambiente de apatia, consumismo e exibicionismo, com o Estado conivente com o poder da máfia local.
O protagonista Nicolas é retratado de forma complexa. Apesar de ser inteligente e bem-sucedido na escola, ele nutre um profundo desprezo pela vida convencional, alimentando o “lobo do ódio” dentro de si, em busca de poder e prestigio junto aos grandes criminosos.
Apesar dos méritos, a narrativa por vezes segue caminhos longos demais, talvez em uma tentativa de aprofundar a humanização dos personagens. Uma narrativa mais enxuta e direta poderia ter tornado a história mais eficiente.
No geral, Os meninos de Nápoles é um livro que vale a leitura, pois apresenta uma visão crua e perturbadora dessa realidade, provocando reflexões importantes sobre as raízes da criminalidade entre jovens, mesmo em contextos diferentes da dura realidade das periferias brasileiras.

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6 comentários
Oi Nilda, a uma primeira vista, o livro não me chamaria a atenção, mas lendo tua resenha, fiquei bem interessada. Gosto de livros que mostrem esta realidade do crime, mesmo que os meninos não sejam levados a ele por necessidade, mas pensando bem, isto torna até pior, porque foram por escolha.
Ótima resenha e ótima dica.
Bjos
Vivi
Blog Duas Livreiras
Nunca li nada com essa temática, acho que o mais perto que cheguei disso foi “O ódio que você semeia” que por sinal foi uma leitura que eu amei!
Achei bem legal o mundo explorado pelo livro, deve ser mesmo uma história fantastica, eu mesma sou super entusiasta de ler livros onde se falam de gangues e do envolvimento das personagens com os crimes, os medos e tudo isso, achei bem interessante e agora tô me perguntando como que eu não conhecia esse livro kkkk
Adorei a resenha!!
Por mais que eu entenda a premissa e até goste da proposta, acredito que iria odiar esse Nicolas logo de cara hahaha.
Estou bem curiosa por essa leitura <3
Olá,
Nossa, só de ler sua resenha dá pra sentir a tensão e angustia, eu sou meio fraca pra histórias com muita violencia, mas mesmo assim fiquei impressionada com tudo que você contou que tem nesse livro.
Beijos
abobrinhacomchocolate.com.br
Olá!! 🙂
Eu confesso que nao conhecia este livro ainda, mas fiquei curioso com a leitura… ENfim, ainda bem que gostaste, na generalidade da obra…
Acho sinceramento uma pena que a narrativa nao tenha sido bem cosntruida. E que a personagem alimente tanto odio. Acho que o facto de eu gostar dela ou nao dependeria totalmente da forma como isso fosse apresentado.
Boas leituras!! 😉
no-conforto-dos-livros.webnode.com
Estou curiosa com esse livro, sei que provavelmente será uma leitura difícil e que também vou ter essa opinião com o Nicolas, mas o teor do livro me deixa interessada e quero ler.