Para onde ela foi de Gayle Forman, Novo Conceito, continuação de Se eu ficar. Você já deve ter lido. Ou já deve ter assistido ao filme. Se você quiser pode ler a resenha aqui.
Em Para onde ela foi, ficamos a par do que ocorreu com Mia. A autora ambienta a narrativa em Nova York, três anos após o terrível acidente que vitimou a família de Mia. A pergunta que fica é: será que Mia decidiu ficar?
Adam, por sua vez, se tornou um astro do rock. Sua banda, Shooting Star, acumula diversos prêmios e realiza grandes apresentações ao redor do mundo, lembrando um pouco o fenômeno do One Direction.
Ao longo da narrativa, acompanhamos como ele lida com a fama e as perdas que enfrentou. Também descobrimos o que aconteceu com a melhor amiga de Mia e há referências aos avós e amigos dos pais de Mia.
O que me frustrou em Se eu ficar agora é o que mais me agradou em Para onde ela foi. Explico: ao ler Se eu ficar, não consegui me conectar com o romance entre Adam e Mia. Em minha resenha, mencionei que não achei crível a construção do namorado maravilhoso. Se Adam não estivesse no livro, eu não sentiria falta dele. Acredito que o mais interessante no primeiro livro seja o amor entre os membros da família. Mia tem pais, um irmão e avós adoráveis.
Por outro lado, ao ler Para onde ela foi, a parte romântica me agradou muito. A dor do amor e os sentimentos complexos que ela traz são explorados de maneira profunda.
Uma imagem de Mia aparece diante de meus olhos. Dezessete anos, aqueles olhos escuros cheios de amor, intensidade, medo, música, sexo, mágica, dor. Suas mãos congeladas. Minhas próprias mãos congeladas agora, agarrando um copo de água gelada.” — Gayle Forman
Adam se mostra mais humano nesta sequência. Apesar de ser um garoto mimado e rebelde, conseguimos perceber que ele é uma pessoa real. Seus surtos de irritação são frequentes, mas entendemos que lidar com perdas nunca é fácil.
Outro aspecto que me agradou foi a escolha formal da narrativa. O romance é escrito em primeira pessoa, na voz de Adam, e a autora insere monólogos interiores ao longo do texto, o que nos aproxima ainda mais do personagem.
Você pode se perguntar como isso funciona. Adam narra a história e, de repente, começa a dialogar consigo mesmo em pensamento. Isso revela o quanto ele está perturbado.
Para onde ela foi: evolução dos personagens
Mia
Mia passa por uma transformação importante após o acidente que vitimou sua família. No início, ela é uma jovem vulnerável, lidando com a perda e a dor. Ao longo da narrativa, vemos sua luta interna e como ela tenta encontrar seu lugar no mundo. Essa jornada de autodescoberta é central, e sua resiliência torna-se evidente à medida que ela começa a reconstruir sua vida, se reconectando com sua paixão pela música e buscando um futuro que a faça feliz.
Adam
Adam, por outro lado, evolui de um jovem que parece ter tudo sob controle para alguém que enfrenta as complexidades da fama e da perda. A pressão da indústria musical, combinada com sua dor pessoal, o torna mais humano e vulnerável. Sua trajetória revela um crescimento emocional, à medida que ele aprende a lidar com suas emoções e as consequências de suas escolhas. Através de seus monólogos internos, o leitor percebe suas inseguranças e a luta para entender seus próprios sentimentos em relação a Mia.
As referências musicais também são um ponto interessante do livro, mencionando ícones como Morrison, Cobain, Joplin e Hendrix. Algumas referências me levaram a pesquisar no Google por curiosidade.
Para onde ela foi é composto por vinte e três capítulos, e no início de cada um, há um trecho de músicas da banda de Adam, que expressam seus sentimentos em relação a Mia. Se você aprecia leituras mais densas que abordam questões além do romance dos protagonistas, talvez Para onde ela foi não seja a melhor escolha.
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