Começo este texto dizendo que Tocando as Estrelas é, até agora, o livro mais fraco que li em 2015. Um dos motivos é que me senti lendo uma revista de fofoca. Mas há outros motivos, que explicarei ao longo do texto.
Tocando as estrelas traz a história de Paige Townsen, uma adolescente que já fez alguns trabalhos como atriz em sua cidade, mas ainda não teve a chance de um grande papel. A vida de Paige muda completamente quando ela é selecionada em uma audição para viver o papel principal em um filme que é, nada mais, nada menos, a adaptação de uma série de livros chamada Locked, best-seller mundial.
As filmagens ocorrem no Havaí, porque na história da série Locked, os personagens sofrem um acidente e vão parar em uma ilha deserta, onde ocorrem alguns fenômenos sobrenaturais.
No set, Paige fica muito próxima de um dos atores, Rainer Devon, que faz seu par romântico no filme. Logo surge uma atração incontrolável entre eles. Rainer atua desde criança e já é um astro de Hollywood: lindo e carismático. Um verdadeiro astro.
Depois de algumas semanas de gravações, chega mais um astro de Hollywood, Jordan Wilder, para completar o elenco, pois os livros trazem a história de um triângulo amoroso. Sim, sim, Paige também sente algo incontrolável por Jordan Wilder, o bad boy (que, no final, é gente boa. Nada mais clichê, não é mesmo?). Acho que já dei spoiler suficiente.
Comecei a ler Tocando as estrelas e já não tinha grandes expectativas em relação ao enredo e aos personagens. Mas eu precisava lê-lo e, como tem poucas páginas, então imaginei que leria em poucas horas. E li em pouco tempo mesmo, pois a autora tem uma escrita fluida. O problema, para mim, foi a falta de profundidade da narrativa.
Imaginei que, em um livro ambientado em um set, o leitor teria muito mais conteúdo sobre cinema. Que o leitor estaria imerso no ambiente da sétima arte. Mas não, gente. Não temos nada disso. A autora poderia investir em temas como a indústria cinematográfica, a busca pela fama e os desafios enfrentados pelos atores. Isso poderia enriquecer a narrativa e oferecer uma visão mais crítica e reflexiva.
Tocando as estrelas: triangulo amoroso

Acho que o único ponto que gostei foi de um diálogo entre Paige e Jordan, em que ele fala sobre o ato de interpretar.
Jordan se inclina na cadeira e entrelaça as mãos atrás da cabeça.
- Não – ele argumenta.
- Na melhor das hipóteses, a arte é um diálogo. Você faz o que faz para que as pessoas possam assisti-la, para se divertir e confraternizar. É para as pessoas.
O restante é somente Paige falando do quanto os atores são lindos, o quanto ela sente algo por um e depois por outro. Pois é, o livro é narrado em primeira pessoa (estou exagerando).
A relação dela com Rainer até que é crível, pois houve flerte. Houve tempo para os sentimentos aflorarem. Mas aí chega o tal do Jordan e, não mais que de repente, Paige começa a sentir algo incontrolável por ele também. Eu diria até que é mais forte do que o que sente por Rainer.
Não sou contra triângulos amorosos, mas sou contra histórias que só focam no romance dos protagonistas. Juro que torci para a autora abordar o relacionamento poliamor. Mas sei que não é o papel do gênero Young Adult. Ah, mas seria tão mais interessante.
Como a biografia da autora diz que ela escreve sobre a série The Vampire Diaries, imagino que ela tenha transposto para o livro o triângulo amoroso entre Elena e os irmãos Salvatores. Particularmente, sempre achei chato o #Delena e #Stelena.
Bom, Tocando as estrelas faz parte da série Famous in Love. Teremos continuação, como Truly, Madly, Famously. Definitivamente, eu não sou o público-alvo desse livro.

Autora: Rebecca Serle
Editora: Novo Conceito
Páginas: 224
Livro cedido em parceira com a Novo Conceito