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Resenha | Vango | Timothée de Fombelle

por Nilda de Souza

Quando a Editora Melhoramentos entrou em contato comigo para eu resenhar Vango: entre o céu e a terra, eu já havia lido algumas resenhas com críticas positivas sobre o livro, então confesso que estava curiosa para desvendar os mistérios que envolvem a vida de Vango. Sim, sim, Vango é o nome do personagem central desse thriller histórico.

A narrativa inicia com uma cena de ação. O protagonista se encontra no pátio da Catedral de Notre-Dame, onde está ocorrendo uma cerimônia de ordenação de padres, e Vango é um dos seminaristas. Mas a cerimônia é interrompida, pois a polícia chega para prender Vango. A polícia quer prender Vango, mas há outras pessoas que querem Vango morto.

“Vango cresceu na encosta do vulcão extinto. Ali, encontrou tudo o que precisava. Ele cresceu com três babás: a liberdade, a solidão e Mademoiselle. As três se encarregaram de sua educação. Ele recebeu delas tudo o que era possível.” [p. 43]

São muitas as perguntas que terão de ser respondidas ao longo da narrativa: Quem são as pessoas que estão atrás de Vango? Por que querem matá-lo? De onde ele veio? Quem são seus pais?

Depois do ocorrido na igreja, Vango precisa escapar de seus perseguidores, ao mesmo tempo em que busca sua própria identidade, tentando descobrir respostas para os mistérios que envolvem sua vida.

Vango não sabe quem são seus pais, não sabe de onde veio exatamente. Foi criado por uma mulher misteriosa, a quem chamam de Mademoiselle. De certa forma, sempre foi protegido por um homem chamado Mazzetta, com quem nunca trocou uma única palavra.

O que Vango sabe sobre si é que, em uma noite de tempestade, ele e Mademoiselle foram resgatados pelos moradores da ilha Salinas, depois de terem sido jogados pelas ondas na praia.

Vango passou a infância em plena harmonia com a ilha. Era praticamente uma criança selvagem; sempre teve uma grande afinidade com os animais e sempre gostou de viver nas alturas, escalando os topos mais altos. Daí vem sua habilidade em escalar qualquer prédio.

No início da adolescência, a vida de Vango começa a ficar cada vez mais agitada. Ele deixa a ilha, conhece um monge chamado Zéfiro, viaja pelo mundo a bordo do Zeppelin, faz amizade com o comandante, o alemão Hugo Eckener, conhece uma garota chamada Ethel, escala com uma menina chamada Gata e acha que é paranoico, pois há muitos anos tem certeza de que é vigiado de perto.

Assim que iniciei a leitura de Vango: entre o céu e a terra, relacionei a proposta do autor, Timothée de Fombelle, com a proposta do livro O mundo de Sofia. E estou dizendo isso como um elogio.

A obra de Jostein Gaarder é uma aula de introdução à filosofia, percorrendo o desenvolvimento do pensamento filosófico desde a Grécia antiga até a modernidade, passando pela Idade Média, pelo Iluminismo, pela Revolução Francesa e pela Revolução Russa até os tempos modernos.

Vango: entre o céu e a terra nos introduz na história de um dos períodos mais conturbados da humanidade, o das duas grandes guerras mundiais. Acho brilhante a ideia de romancear fatos históricos. A possibilidade de colocar personagens reais e fictícios em um mesmo plano é fascinante.

Vango se tornou uma das boas leituras que fiz este ano. Eu realmente gosto de romances históricos. Fiquei feliz em ver que Timothée conseguiu inserir os fatos históricos na trama de forma muito harmônica, com uma fluidez da linguagem que a gente nem percebe as páginas passarem. Comecei até a desejar que Vango tivesse existido e, quem sabe, o rumo da história mundial teria sido outro.

Mas esse é o primeiro volume; muitas questões ainda estão em aberto. Confesso que fiquei ansiando por mais respostas. Agora é aguardar o próximo volume.

Por fim, só vou destacar o capricho na diagramação: os mapas, as imagens, as informações da linha do tempo da vida de Vango e, nas últimas páginas, dados sobre os personagens reais que aparecem na história.

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Título: Vango: entre o céu e a terra
Autor: Timothée de Fombelle
Editora: Melhoramentos
Páginas: 360
Exemplar cedido para resenha
Sinopse: 
Salvar a pele e, ao mesmo tempo, descobrir a própria identidade. Este é o grande desafio de Vango, o jovem herói do novo romance do premiado escritor francês Timothée de Fombelle. Ao ler esse thriller histórico, ambientado no conturbado período entre as duas grandes guerras mundiais, somos impelidos a fugir com Vango pelos cinco continentes, num clima de absoluto perigo e suspense. Este rapaz órfão de 19 anos desconhece sua origem assim como desconhece a motivação do franco atirador que, além da polícia, está em seu encalço. Deparamo-nos com Vango na solenidade em que ele e outros seminaristas seriam ordenados padres na suntuosa catedral de Notre-Dame, em Paris. O assassinato do padre Jean, seu protetor, desencadeia a perseguição ao rapaz, que empreende uma fuga espetacular ao escalar nada menos do que os famosos vitrais da catedral. Essa cena é apenas um exemplo do clima de perseguição e aventura de que é feita toda a narrativa, quando acompanharemos nosso protagonista em situações e lugares improváveis – como um intruso escondido num caça da SS, galopando nas Terras Altas da Escócia, dependurado num vulcão italiano ou sobrevoando o Brasil e vários outros lugares num zepelim. O fracasso em não ter sido ordenado padre deixa nosso herói arrasado, mas a jovem Ethel fica bem feliz. É ela quem vai ajudar Vango a provar sua inocência e descobrir sua identidade. Também fazem parte da saga outros personagens marcados por vidas cheias de segredos, como Mademoiselle, a senhora poliglota e sem memória com quem Vango é salvo do naufrágio na costa da Sicília aos três anos de idade e Hugo Eckner, personagem verídico, comandante alemão do Graf Zepelin, esse grande dirigível que fascinou o mundo nas primeiras décadas do século XX. Outras personalidades incorporadas à história são Joseph Stalin, sua filha Svetlana e Adolf Hitler. O ritmo acelerado, o uso da narrativa em flashback e as descrições cinematográficas de diferentes lugares e temporalidades impressionam. Ficamos lado a lado com os personagens da história, enfrentado os mesmos desafios. Fruto de uma minuciosa pesquisa em arquivos históricos, a referência aos acontecimentos dos anos 1930 nos dá a oportunidade de conhecer o significado dos regimes totalitários naquele período, ajudando-nos a refletir sobre política, liberdade de expressão e direito às diferenças em nossos dias.

 

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