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Resenha || A garota que tinha medo | Breno Melo

por Amanda Melo
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A garota que tinha medo é um livro envolvente, inquietante, esclarecedor e impactante. Ele transforma quem lê e provoca reflexões sobre valores sociais e pessoais. Recomendo a leitura para quem deseja conhecer mais sobre o tema e para aqueles que apreciam narrativas intensas como esta.

Marina tem dezoito anos e enfrenta as pressões de ingressar na universidade, lidando com problemas familiares e, principalmente, com um medo profundo: a síndrome do pânico. A narrativa explora sua rotina repleta de emoções, inseguranças e a luta para manter o controle diante de todo esse estresse.

“Quase ninguém está preparado para se olhar no espelho. A maioria arrancaria os olhos ou quebraria o espelho. Eu quis fugir após a segunda ou terceira sessão, mas não podia. Eu tinha que estar ali para meu próprio bem.”

Seu pai é distante, enquanto sua mãe é autoritária e controladora. Esse ambiente reflete na personalidade de Marina, que se torna perfeccionista e controladora. Extremamente influenciada pelos dogmas religiosos da mãe, Marina é carente e possui baixa autoestima.

A situação se agrava a cada dia. Marina sofre surtos de pânico, e seus pais ainda não compreendem a gravidade do que está acontecendo. Após consultar um médico, ela é diagnosticada com síndrome do pânico e inicia o tratamento. Na blogosfera, encontra um refúgio para compartilhar sua história com amigos e internautas. Como conviver com uma doença sem cura? Conseguirá Marina se estabilizar?

A garota que tinha medo: luta interna

“Você não sabe nada sobre a síndrome do pânico? À parte todo o seu desconhecimento, tenha ao menos um bom coração. Esse já é metade do conhecimento de que você precisa. A bem dizer, sem amor, todo o seu conhecimento sobre a síndrome se torna inútil.”

A narrativa de A garota que tinha medo se desenrola na cidade de Assunção, no Paraguai, onde Marina vive com os pais e enfrenta a pressão para ser aprovada em uma das seis universidades. O contexto histórico e cultural da cidade é bem explorado, e Marina frequentemente compara seu drama a personagens da Bíblia e da literatura.

O confronto entre fé e razão remete às aulas de história sobre a igreja. A história é contada em primeira pessoa, com evidências psicológicas marcantes da protagonista. Marina não se isola abruptamente; sua reclusão é gradual, com surtos em locais públicos que a deixam angustiada. Ela se sente aprisionada em uma masmorra de sentimentos confusos e intensos.

Breno, o autor, apresenta uma escrita brilhante e detalhada, garantindo que a história seja surpreendente a cada capítulo. Sua inteligência e conhecimento sobre o tema permitem uma imersão profunda na trama, revelando a complexidade da síndrome do pânico e as emoções de Marina. A intensidade da leitura é impressionante, uma verdadeira montanha-russa de sentimentos. A capa e a diagramação são intrigantes, com fonte é adequada, e as folhas amareladas acrescentam um charme especial. 

“Quem supera seus medos é mais corajoso que aquele que nunca os teve ou jamais os enfrentou.”

“Eu tentava ser perfeita e não me adaptava a uma realidade imperfeita, cheia de buracos e lacunas. Meus pensamentos eram fixos, limitados, e eu não me adequava a esse mundo, mas, ao contrário, tentava adequá-lo a mim.”

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A garota que tinha medo

Breno Melo

Editora: Chiado
Número de Páginas: 280
Ano: 2014
Avaliação: ★★★

Sinopse: Marina é uma jovem que faz tratamento para a síndrome do pânico. Às voltas com o ingresso na universidade, um novo romance e novas experiências, Marina tem seu primeiro ataque de pânico. Sua vida vira de cabeça para baixo no momento mais inapropriado possível e então psiquiatras e psicólogos entram em cena. Acompanhamos suas idas ao psiquiatra e ao psicólogo, o tratamento farmacológico e a psicoterapia. Ao mesmo tempo, conhecemos detalhes de sua vida amorosa e sexual, universitária e profissional, social e familiar na medida em que elas são marcadas pela síndrome. Um tema atual. Uma excelente obra tanto para conhecimento do quadro clínico como entretenimento, narrada com maestria e de uma sensibilidade notável.“Eu era uma chaleira que apitaria cedo ou tarde. Seria bom que alguém abrandasse o fogo.”

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