Destemida é a autobiografia de Jessica Watson, que, aos 16 anos, se tornou a pessoa mais jovem a velejar ao redor do mundo sozinha, sem assistência e sem paradas. Desde os 12 anos, ela sonhava com essa grande aventura e enfrentou críticas e ceticismo devido à sua aparência frágil. Durante 210 dias no mar, Jessica superou desafios naturais e emocionais, descobrindo seus limites e habilidades. O livro narra não apenas a jornada de sua viagem, mas também sua infância, marcada por uma educação não convencional e a luta contra a dislexia. A obra é inspiradora, revelando a determinação de Jessica em perseguir seus sonhos e encorajando outros a fazer o mesmo.
Apesar das muitas provações que enfrentou durante esses meses sozinha, a vida no mar para Jessica foi incrível. Ela teve tempo para conhecer seus limites, suas habilidades e treinar seu raciocínio.
Dificultoso, no entanto, foi convencer as pessoas de que ela seria capaz. Aquela garotinha magra e de aparência frágil não poderia ficar sozinha no mar por tanto tempo, poderia?
Críticas severas e comentários maldosos começaram a surgir, mas nada disso conseguiu parar a garota. Ela tinha um sonho e iria alcançá-lo; independentemente do que acontecesse, ao menos teria tentado. E ela provou ser capaz. Mesmo ondas de quase 12 metros não acabaram com sua viagem; pelo contrário, apenas a fizeram mais forte. Seu barco, o Ella’s Pink Lady, sofreu muito ao lado de Jessica. Todo pintado de rosa, ele se tornou um símbolo de sua feminilidade, unindo força e perseverança. Uma garota estava fazendo aquilo. Não havia limites que não poderiam ser quebrados por um barco rosa cruzando o oceano.
A infância de Jessica não foi como a da maioria. Seus pais sempre amaram viajar e continuaram fazendo isso mesmo após o nascimento de quatro filhos. Quando ainda eram crianças, abandonaram a escola para serem educados em casa; o lar deles poderia ser um barco ou um ônibus em movimento explorando a cidade de Sydney, para onde se mudaram após um tempo vivendo como nômades.
A vida imprevisível ao lado da família não a afetou, como algumas pessoas poderiam pensar. Jessica sempre teve um espírito livre e sonhava grande. Seus pais nunca interferiram em seu desejo de velejar ao redor do mundo, nem insistiram para que ela não o fizesse. Ela foi livre para tomar suas próprias decisões e, apesar da preocupação dos pais com sua segurança e seu emocional, nunca pensou em desistir.
Quando, em uma comemoração pelo seu feito, foi chamada de heroína, Jessica fez questão de esclarecer que não era isso. Era apenas uma pessoa comum que correu atrás de seus sonhos com a ajuda de apoiadores e patrocinadores. Ela fez o que qualquer pessoa com um sonho e apoio faria; Jessica o realizou, inspirando milhares de pessoas ao redor do mundo a fazer o mesmo.
Destemida: inspiração
Durante sua viagem, ela passou por vários momentos de aceitação. Primeiro veio a excitação de estar finalmente onde sempre sonhou; depois, a saudade de casa e de ter pessoas por perto para conversar; por fim, a confirmação de que seu maior desejo havia se realizado e que, dali em diante, ela não seria mais a mesma. Algo mudava dentro de Jessica, e ela estava pronta para isso.
Ler a trajetória de uma garota comum até a realização de seu maior sonho foi uma experiência fascinante, que me trouxe um misto de sentimentos. Comecei a leitura já ciente de que ela conseguiu o que queria e cheguei a pensar que seria enfadonha, mas logo nas primeiras páginas percebi o quão gratificante seria acompanhar sua jornada desde a infância. Foi inspirador.
Durante sua viagem, ela manteve seu blog sempre atualizado com pequenos diários de bordo. No livro, acompanhamos esses “diários” e também alguns comentários que ela faz sobre o dia em que escreveu e coisas que decidiu não publicar naquele momento.
Alguns desses textos foram repetitivos, o que, após um tempo, se tornou um pouco entediante. Isso me incomodou, mas não prejudicou minha compreensão.
A diagramação do livro é belíssima e possui muitas imagens do acervo pessoal de Jessica, além de fotos de momentos importantes de sua vida, com família e amigos. Todas as imagens foram escolhidas a dedo e com seu consentimento.
Como ela mesma menciona em alguns trechos, todo o livro foi escrito por ela, mas, devido à dislexia, Jessica precisou da ajuda de editores para tornar o texto mais coeso.
Gostei da leitura. É válida e, como disse anteriormente, inspiradora. Apesar dos trechos repetitivos que me cansaram um pouco, consegui ler em pouco mais de um dia. Sem dúvida, uma leitura recomendada para quem aprecia biografias ou relatos de viagem.
Agora temos uma surpresa. A Editora Belas-Letras disponibilizou um exemplar de Destemida para sorteio. Então é isso. Logo abaixo há um formulário. É só preencher as três opções obrigatórias (seguir este blog, o Leitora Voraz e curti a Fanpage do Belas-Letras) e já estará concorrendo ao livro. Também há entradas opcionais. Mais chances de ganhar!
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