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Resenha || O Demonologista | Andrew Pyper

por João Victor

Estou de férias e aproveitando para ler tudo que estava parado na estante. Hoje, vou falar de mais um livro da Editora DarkSide, uma editora que já conquistou meu coração. O Demonologista, de Andrew Pyper, conta a história de David Ullman, um professor da Universidade de Columbia, especialista na mitologia cristã e na obra Paraíso Perdido, de John Milton. Para quem não sabe, Paraíso Perdido é uma epopeia inspirada no Gênesis que aborda o confronto entre Deus e Lúcifer.

Um aspecto interessante é que, apesar de seus estudos focados na mitologia cristã, David é ateu. Ele está enfrentando um período difícil, tendo se separado da esposa e sem muito contato com sua filha, Tess, de 12 anos. Além disso, carrega traumas da infância.

Em um dia comum, uma mulher que David chama de “Mulher Magra” aparece em seu escritório, oferecendo-lhe um trabalho em Veneza. Ela o descreve como um fenômeno que ele deveria analisar, afirmando que David é um demonologista. Inicialmente, ele recusa, mas logo vê uma oportunidade de se aproximar da filha. No entanto, os acontecimentos em Veneza não ocorrem como o esperado, envolvendo Tess de maneira misteriosa. Assim, David embarca em uma jornada em busca de respostas, adentrando questões de demonologia, Deus, céu e inferno — temas em que ele não acredita. Ele conta com a ajuda de sua melhor amiga, O’Brien, e pistas que estão na obra de John Milton.

O Demonologista: confrontação entre fé e ceticismo

Não leia O Demonologista esperando algo como o filme Constantine ou outra história com demônios na qual o protagonista é um herói destemido que sai caçando entidades demoníacas. Também não se deve esperar que o livro seja um guia sobre essas criaturas do submundo, que tanto me fascina.

Na narrativa, David busca a filha desaparecida e presencia fenômenos sobrenaturais, mas isso acaba tornando a leitura um tanto monótona. A maior parte do tempo é dedicada à viagem de David e O’Brien em busca de Tess, resultando em uma falta de ação. Embora o livro seja classificado como terror/suspense, as partes sobrenaturais são escassas e, muitas vezes, não geram medo. Os personagens carecem de carisma, e o leitor pode não sentir empatia com eles; pessoalmente, não me importei muito com o destino de Tess.

O Demonologista: o bem e o mal

 O confronto entre forças sobrenaturais e o conceito de demônio é um tema recorrente. A narrativa questiona a natureza do mal e como ele se manifesta na vida humana. Existe o mistério sobre qual demônio está atormentando David, mas o vilão principal não tem destaque nem carisma — poderia ser qualquer demônio do submundo, sem que isso fizesse diferença.

Apesar desses pontos negativos, há dois aspectos que podem incentivar a leitura de O Demonologista. Primeiro, a belíssima diagramação da DarkSide merece destaque. O Demonologista possui ilustrações em todos os capítulos, uma capa dura e um acabamento que dá a impressão de um volume antigo e desgastado, o que combina bem com o gênero. Segundo, e muito importante, o mais interessante é a visão que o leitor pode ter ao final da leitura, podendo chegar a duas interpretações diferentes, o que pode despertar o desejo de reler a obra com uma nova perspectiva.

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