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Resenha|| As cordas mágicas | Micth Albom

por Amanda Melo

As cordas mágicas, Micth Albom, Editora Arqueiro. Quando pequena, eu era apaixonada por música. No grupo da igreja, ficava encantada com todos que sabiam tocar instrumentos, principalmente o violão. Ao chegar na adolescência, tinha a certeza de que iria me dedicar à música e aprender a tocar teclado, violão e flauta, pois o som desses instrumentos sempre despertou boas sensações em mim. Aprendi a tocar teclado, mas não consegui ter a mesma sorte com o violão. Nas poucas vezes que tentei, fracassei e isso me tirou a paciência. Chorei por vários meses, mas entendi que não nasci para tocá-lo, e sim para apreciá-lo.

“Você me acha afetada? Às vezes sou. Também sou meiga e tranquilizadora, dissonante e irada, difícil e simples, calmante como areia a escorrer e perfurante como uma alfinetada. Sou a Música.”

Recordei-me dessa breve lembrança ao ler o livro As Cordas Mágicas. A cada palavra e frase, aplaudi de pé o autor. Não conhecia suas obras, mas ele merece uma ênfase maior que outros autores, pois esse livro sensibiliza cada leitor que tem contato com ele.

As Cordas Mágicas conta a história de Francisco de Asís Pascual Presto, que nasceu em uma época conturbada, marcada por uma guerra civil em seu país. Ele nasceu em Villareal, na Espanha. Um dos detalhes mais tocantes da obra é a paixão de Francisco pela música.

Desde criança, a música o salvava dos piores momentos, e esse amor foi ganhando forma pelas mãos desse futuro artista, que nem imaginava o grande sucesso que faria. O menino foi criado por um homem chamado Baffa Rubio, que percebia o talento nato de Francisco. Embora temesse que ele não tivesse um emprego decente quando adulto, Baffa o colocou em aulas de violão para que desenvolvesse suas habilidades.

Um árduo trabalho começou. Por anos, Francisco teve aulas com El Maestro, um homem admirável que Baffa conheceu em uma taverna. Sua admiração por El Maestro se deve ao fato de que o instrutor não enxergava, o que alimentava sua esperança de que o “filho” teria um futuro brilhante.

Um bom músico sabe que não basta conhecer notas e acordes. É preciso também conhecer os grandes compositores, melodias, ritmos e compassos que tornam a música tão surreal para o ser humano. Com El Maestro, o jovem aprendeu sobre esses grandes nomes. Os anos de estudo trouxeram respeito pela música e habilidade incomparável ao violão.

Francisco precisou deixar seu país aos nove anos. À medida que crescia e viajava, conheceu grandes compositores e cantores, até se tornar conhecido como Frankie Presto nos EUA. Nesse tempo, adquiriu habilidades em compor músicas, dançar e cantar. Um gênio que escondia nos dedos a mágica do toque e timbre perfeito, capaz de tocar qualquer coração disposto a entrar no embalo da canção.

As Cordas Mágicas: vida e música

Seu sucesso crescia a cada ano. Participou de programas, foi entrevistado, estampou capas de revistas e vendeu milhões de discos. Como muitos artistas, teve uma vida pessoal turbulenta e um fim triste. O livro se inicia com a narradora detalhando o funeral desse grande artista que, embora fictício, parece real. É interessante perceber o toque de realidade na obra, pois Mitch pesquisou a fundo os grandes nomes da música, que são citados como conhecidos de Frankie.

Através da música, conhecemos o passado talentoso de Frankie, bem como as consequências da fama. A leitura nos sensibiliza do início ao fim. Os capítulos não seguem uma linha cronológica, mas isso não dificulta o entendimento da sua biografia; na verdade, a obra se torna a biografia de um artista que poderia ser real. O autor escreve com tanta perfeição e sensibilidade que cada palavra do livro compõe uma única e perfeita música: As Cordas Mágicas.

Há momentos em que somos puxados para o passado de Frankie Presto, enquanto acompanhamos seu funeral no presente. O livro contém elementos de ficção: as cordas do seu violão ficam azuis, mas deixo essa explicação para a leitura convidativa da obra.

Para quem busca reflexão, sensibilidade e autoconhecimento, além de conhecer a vida de um grande talento que nunca existiu, mas ganhou vida nas mãos de Mitch Albom, este livro é mais que recomendado.

As páginas e a diagramação de As Cordas Mágicas ganham um toque de ternura e musicalidade quando compreendemos o destino traçado para Frankie Presto. O cuidado da editora Arqueiro com a obra foi tão grande que podemos conhecer no Spotify as músicas lançadas pelo protagonista do livro. A leitura despertou em mim o desejo de aprender a tocar violão, mesmo que pareça difícil; o próprio músico nos lembra que é necessária persistência.

“Eu tenho o poder de fazer você recordar-se das coisas. Absorvo suas memórias; quando me ouve, você revive as lembranças. Uma primeira dança. Um casamento. A canção que tocava quando você recebeu uma grande notícia. Nenhum outro talento proporciona uma trilha sonora para a sua vida. Sou a Música. Marco o tempo.”

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