A guerra que salvou a minha vida, de Kimberly Brubaker Bradley, ambienta-se na Inglaterra do século XX, em um período conturbado com a aproximação da Segunda Guerra Mundial. A história gira em torno de Ada, uma garotinha que nasceu com uma deficiência no pé, conhecido como “pé torto”. Embora pareça uma questão menor, a situação é agravada pela opressão emocional imposta por sua mãe, que transforma essa deficiência em um fardo imenso.
“Existe guerra de tudo quanto é tipo.”
Ada vive com seu irmão mais novo, Jamie, e a mãe em um pequeno apartamento em Londres. Enquanto a mãe trabalha em um pub, Ada cuida de Jamie e se ocupa das tarefas domésticas, rastejando pelo chão, pois não sabe andar. Nunca frequentou a escola e é mantida escondida pela mãe, que teme o julgamento alheio. A única liberdade que lhe é concedida é observar a rua da janela.
Com o início da guerra, as crianças são evacuadas para o interior da Inglaterra, mas a mãe de Ada decide que ela não precisa ir, alegando que ninguém a acolheria. No entanto, Ada e Jamie elaboram um plano de fuga, demonstrando a força de vontade da menina, que, após treinar, consegue ficar em pé. Essa fuga representa não apenas a tentativa de escapar da guerra, mas também da opressão materna.
A mãe de Ada expressa um profundo desprezo pela condição da filha, levando Ada a sentir-se indesejada e não amada. Essa rejeição cria um abismo emocional entre elas.
A jornada dos irmãos para o interior é repleta de desafios. Embora a deficiência de Ada seja sutil, eles enfrentam rejeição das pessoas que deveriam acolhê-los.
“Estávamos livres. Da Mãe, das bombas do Hitler, da minha prisão no apartamento. De tudo.”
Após algumas dificuldades, são acolhidos por Susan Smith, uma voluntária que, a princípio relutante, acaba criando um forte vínculo com as crianças. Na casa de Susan, Ada descobre um novo mundo de experiências e sensações, incluindo uma amizade especial com um pônei chamado Manteiga. Susan se empenha em mostrar a Ada que ela é muito mais do que sua deficiência.
Entretanto, Ada ainda luta contra os monstros internos, especialmente em relação à rejeição materna e ao sofrimento que essa relação lhe causou. Essa batalha interna é um dos temas centrais da obra.
A Guerra que salvou a minha vida: rejeição e abandono
A narrativa, em primeira pessoa, é rica em emoções e reflexões, abordando não apenas a guerra externa, mas as guerras internas que cada um enfrenta. A história de Ada é um testemunho de resiliência e superação, destacando a importância do amor e da aceitação.
Apesar da adversidade, Ada demonstra uma força de vontade extraordinária. Sua fuga simboliza a busca por liberdade e a superação das limitações impostas pela mãe.
“Enfim compreendi qual era a minha luta e por que eu guerreava.”
A guerra que salvou a minha vida me surpreendeu e superou minhas expectativas. A beleza da obra vai além da estética, refletindo a coragem de Ada e as lições profundas que ela compartilha em menos de 300 páginas. Publicado pelo selo DarkLove, o livro oferece uma mistura de drama e romance, distanciando-se do terror típico da DarkSide Books.
Convido todos a lerem A guerra que salvou a minha vida e se emocionarem com cada página. Se você já leu, compartilhe suas impressões! Boa leitura!
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