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Resenha de O Corvo | Alan Poe

por Nilda de Souza

Li O Corvo na minha adolescência, há um bom tempo, e confesso que, naquela época, não entendi muita coisa. Claro, me faltava bagagem para tal. Anos depois, reli e acredito que já o fiz umas três ou quatro vezes, sempre com uma nova experiência de leitura.

Ontem, reli o poema novamente e gostaria de comentar um pouco sobre ele, além de discutir as traduções. Na verdade, estou relendo todos os contos que estão na edição Edgar Allan Poe: Medo Clássico, da editora Darkside, e o poema faz parte dessa coletânea. Pretendo falar sobre cada conto aqui.

O Corvo trata de um amante aflito pela perda da mulher amada. Poe usa a figura do corvo como alegoria dessa situação. O que dificultou minha leitura na primeira vez foi o uso intenso de figuras poéticas ao longo da narrativa, sendo a ave negra a representação fundamental.

Entretanto, há outras questões que influenciam a compreensão do poema: as traduções. A edição da Darkside traz duas traduções, além do poema original: uma de Machado de Assis e outra de Fernando Pessoa. Ambas são clássicas, dadas as notoriedades dos tradutores, e apresentam características muito peculiares. Pessoalmente, gosto bastante da tradução de Machado.

A tradução de Machado é uma recriação do poema de Poe, pois a alegoria do corvo é expandida. Há estudos que discutem essa questão. No Corvo machadiano, o leitor pode refletir sobre a condição existencial e as angústias humanas. No original, o foco está no cruel fatalismo e na dor da saudade. A composição do poema original gera uma aura de mistério, de onde surge o horror, por meio das aliterações e do jogo de sons.

Por outro lado, Fernando Pessoa se concentra em preservar ao máximo as características do texto original. O corvo de Pessoa chora e lamenta a morte da amada. Uma questão fundamental é que a carga poética na tradução de Pessoa é bem próxima da original.

o corvo

 

O Corvo: Curiosidades sobre Raven e Crow

Você sabia que o termo Raven não é para qualquer corvo. Esta é uma espécie particular, a Corvus corax. É uma espécie arrisca, inteligente e agressiva. Já o termo Crow designa indistintamente todas as aves desse gênero, sem particularizá-las.

“O corvo em cada cultura ou situação flutuou entre a posição de venerada a insultada, de profeta a mágico, tendo por vezes o dom de se transformar em pessoas. Sua aparência forte e seu domínio frente a outras aves motivaram as pessoas a utilizarem o corvo como mascote. As primeiras alusões registram-se no Antigo Testamento, onde a ave era tida como amiga e companheira dos primeiros santos Cristãos. Por outro lado, o negror de suas plumas e os hábitos alimentares necrófagos da espécie fez com que a cultura popular acreditasse ser a ave portadora de maus presságios, associando-a as forças do mal e a morte.”

 

Fonte:

Análise de quatro traduções do poema The Raven de Edgar Allan Poe <https://seer.ufrgs.br/translatio/article/viewFile/36692/23759>

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