Resenha Demolidor O homem sem medo

Demolidor: O Homem Sem Medo foi minha última leitura. Desde o anúncio da Editora Novo Século [parceira do blog] de que o autor Paul Crilley teria a incumbência de colocar a história de Matthew Murdock em um livro, fiquei ansiosa para saber como seria o resultado. Agora posso dizer que o livro ficou ótimo. 

Demolidor: O Homem Sem Medo é uma versão em romance da HQ de Frank Miller e John Romita Jr., originalmente publicada em 1993. Essa é a mesma HQ que serviu de base para a série Demolidor, da Netflix. Portanto, se você não leu a HQ, mas assistiu à série, é certo que você identificará várias cenas. E se você não leu a HQ nem viu a série, não se preocupe, você entenderá a história.

A narrativa traz a origem do Demônio de Hell’s Kitchen. No livro, acompanhamos o garoto Matthew Murdock, desde os treze anos, quando perde a visão, até os 27 anos, já formado em advocacia e iniciando sua vida como super-herói.

Quando menino, Matt, como muitos garotos da sua idade, sofreu com bullying na escola. Os grandões não lhe davam trégua. Seu único refúgio era o ginásio onde o pai treinava. Lá, Matt descarregava suas raivas e frustrações em sacos de pancadas. Mas é também no ginásio que ele tem o primeiro contato com o mundo sombrio dos mafiosos, já que seu pai, Jack Murdock, se vê obrigado a trabalhar para a máfia. A partir daí, a vida de Jack entra em um declínio sem volta.

Demolidor: O Homem Sem Medo é narrado em terceira pessoa. A história inicia no presente, volta ao passado, quando Matt ainda era um garoto, e, ao final, retorna ao presente. A divisão dos capítulos é feita com a contagem do tempo em anos, meses, semanas, dias e horas, o que é interessante, pois ajuda o leitor a se situar bem no tempo.

Como já mencionei, a romantização de Demolidor: O Homem Sem Medo me deixou satisfeita, embora uma ou duas coisas tenham me incomodado. Tem sido muito interessante acompanhar esse movimento de transposição dos quadrinhos para o romance. Nos últimos tempos, li Viúva Negra [tem resenha no blog] Deadpool e Homem-Aranha [resenha no blog].

Ler uma história que você já conhece em HQ, mas agora sem a parte gráfica, foi uma experiência diferente, mas extremamente enriquecedora. Há, de certa forma, uma ampliação da narrativa, com mais informações e um aprofundamento no desenvolvimento psicológico dos personagens. Claro, no livro há mais espaço do que nos balões dos quadrinhos.

Demolidor: dualidade e identidade

Para mim, o que mais me deixou satisfeita foi poder entrar na mente do sociopata Lark, braço direito de Fisk, o chefe mafioso e grande adversário do Demolidor. Lark tem uma abordagem violenta e sem escrúpulos. ele não hesita em usar a força extrema para atingir seus objetivos, tornando-se uma extensão da brutalidade de Fisk.

Ah, preciso dizer que não consigo gostar de Elektra Natchios. Embora não seja uma vilã tradicional, sua moral ambígua e suas ações muitas vezes colocam Matt em conflito.

Não posso deixar de mencionar a beleza da amizade entre Matt e Foggy Nelson, embora o livro não aprofunde essa amizade, o que foi uma pena. Foggy é uma âncora para Matt, oferecendo não apenas suporte emocional, mas também uma perspectiva mais equilibrada sobre as situações que enfrentam. Enquanto Matt lida com seus próprios demônios, Foggy traz uma dose de normalidade e humanidade, equilibrando a intensidade da vida de super-herói de Matt.

Em resumo, recomendo este livro a todos os fãs do Demolidor. Leiam, por favor, pois vocês terão uma experiência diferente de ler os quadrinhos ou assistir à série. Por fim, destaco a edição: é muito bonita.

O Ave, livro faz parte do Programa de Associados da Amazon. Se você fizer sua compra através do meu link, receberei uma pequena comissão, o que me ajuda a manter o site no ar. Sua contribuição é valiosa. Obrigado por apoiar meu trabalho!