A Guerra dos Mundos foi uma leitura surpreendente, considerando a época da publicação, 1898, esperava encontrar uma linguagem truncada, mas não foi nada disso. H. G. Wells nos presenteia com uma descrição primorosa dos marcianos, que serve de referência até hoje para narrativas de ficção científica, além de uma ambientação que dimensiona a violência da invasão.
A obra trata da invasão alienígena, um tema que pode parecer recorrente atualmente em filmes e livros. No entanto, é importante destacar que esta é uma das primeiras histórias desse gênero, consolidando-se como um clássico.
A narrativa começa em um dia tranquilo no interior da Inglaterra, em Horsell Common, onde cai o primeiro de dez objetos não identificáveis, trazendo criaturas monstruosas e impiedosas do planeta Marte. Inicialmente, os habitantes ficam fascinados; o local se torna um ponto turístico e as autoridades tentam estabelecer contato.
Ninguém, naquele momento, conseguia prever o que aqueles cilindros metálicos, disparados de Marte, continham e quão perigosos eram. Os marcianos, de fato, não eram nada amigáveis.
A história é narrada por um personagem que é uma testemunha ocular dos acontecimentos. Ele é um dos primeiros a visitar o local da aterrissagem e também a perceber o quão perigosa a situação se tornava. Esse personagem é interessante, ao manter a calma em meio ao caos, permanecendo lúcido mesmo quando fica preso por dias nos escombros de uma casa, acompanhado por um padre.
Como A Guerra dos mundos influenciou outros autores de ficção científica?
O personagem do padre merece uma análise. Quando ele aparece, com a fé abalada e se tornando histérico, lembrei do padre Gabriel de The Walking Dead. Para quem assiste à série, sabe que o padre Gabriel é uma figura complicada. O padre, em A Guerra dos Mundos, não é diferente. Essa constatação me fez perceber que, assim como os marcianos de Wells servem de referência em obras do gênero, o personagem padre também é recorrente em cenários apocalípticos.
Vale ressaltar que esta não é uma história frenética, o que pode desagradar leitores que preferem ação constante. O terror vem da impossibilidade de combater o inimigo, os horríveis marcianos que operam suas máquinas tripodes. As tecnologias terráqueas não se comparam às marcianas, e o desespero das massas, sem nenhum sentimento de cooperação ou solidariedade, é palpável. O final é algo que eu não consegui imaginar; achei cientificamente plausível, mas fiquei refletindo se criaturas tão evoluídas não teriam previsto aquele desfecho.
Pesquisando sobre a obra, percebi que uma interpretação possível é a de que A Guerra dos Mundos é uma alegoria pessimista relacionada ao imperialismo britânico. É importante lembrar que a Inglaterra utilizou sua superioridade tecnológica para subjugar outros países.
Por fim, com a nova adaptação em produção pela BBC, decidi compartilhar uma lista de obras inspiradas em A Guerra dos Mundos, para ilustrar a importância duradoura deste livro.
Adaptação radiofônica
THE WAR OF THE WORLDS
Diretor: WELLES, ORSON
Ano de produção: 1938
País de Produção: Estados Unidos
Versões cinematográficas
GUERRA DOS MUNDOS (WAR OF THE WORLDS)
Diretor: BYRON HASKIN
Ano de produção: 1953
País de Produção: Estados Unidos
A GUERRA DOS MUNDOS (WAR OF THE WORLDS)
Diretor: STEVEN SPIELBERG
Ano de produção: 2005
País de Produção: Estados Unidos
Adaptações do conceito original, como referências diretas ou citações à obra de Wells
INVASORES DE MARTE (INVADERS FROM MARS)
Diretor: JIMMY HUNT
Ano de produção: 1953
País de Produção: Estados Unidos
A INVASÃO DOS DISCOS VOADORES (EARTH VS THE FLYING SAUCERS)
Diretor: FRED F. SEARS
Ano de produção: 1956
País de Produção: Estados Unidos
INVASORES DE MARTE (INVADERS FROM MARS)
Diretor: TOBE HOPER
Ano de produção: 1986
País de Produção: Estados Unidos
INDEPENDENCE DAY
Diretor: ROLAND EMMERICH
Distribuidora: FOX – MICROSERVICE
Ano de produção: 1996
País de Produção: Estados Unidos
MARTE ATACA! (MARS ATTACKS!)
Diretor: TIM BURTON
Ano de produção: 1998
País de Produção: Estados Unidos
SINAIS (SIGNS)
Diretor: M. NIGHT SHYAMALAN
Distribuidora: BUENA VISTA SONOPRES
Ano de produção: 2002
País de Produção: Estados Unidos
Versão musical da obra
WAR OF THE WORLDS MUSICAL VERSION
Diretor: JEFF WAYNE
Ano de produção: 1978
Seriados para televisão que exploraram o conceito apresentado por Wells
OS INVASORES (THE INVADERS)
Criador: LARRY COHEN
Ano de produção: 1967-1968
País de Produção: Estados Unidos
Duração: 43 episódios
PROJETO LIVRO AZUL (PROJECT U.F.O.)
Criador: JACK WEBB
Ano de produção: 1978-1979
País de Produção: Estados Unidos
Duração: 26 episódios
A GUERRA DOS MUNDOS (THE WAR OF THE WORLDS)
Criador: GREG STRANGIS
Ano de produção: 1988-1990
País de Produção: Estados Unidos
Duração: 43 episódios
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11 comentários
Eu já estive com esse livro mãos, e me lembro que a edição era lindíssima e de capa dura. Porém a história não me despertava interesse pela leitura e eu resolvi trocar com alguém que o desejada. A premissa e a linguagem são bem atuais para época de publicação da obra, e mesmo que a trama não seja muito eletrizante para quem curti o gênero, acredito eu que vão querer dar uma chance.
Olá Nilda! Deve ser emocionante estar diante de uma obra que deu origem a tantas outras! Sempre pensei que fosse mais pesada do que mencionou. Agora com suas considerações fiquei entusiasmada para uma possível leitura! =)
Seu post como sempre está muito completo. As lista sobre as adaptações são bastante informativas! Amei!
Um abraço!
Oi Nilda!
Assisti um filme intitulado Guerra dos Mundos que o personagem principal era o Tom Cruise, e adorei sua performance, bom aquele homem é lindo kkk. mas acho que não conseguiria ler, pois no filme já é meio parado, e quando você comentou que não tem muita ação lembrei muito desse filme. Parabéns pela resenha vou deixar sua dica de leitura anotada. Bjs!
Olá, tudo bem por aí?
Olha, apesar de adorar esse tema (aliens etc.), confesso que quase não consumo literatura sobre o assunto. Sendo assim, já anotei aqui essa dica, porque um clássico como esse é, sem dúvidas, uma ótima maneira de adentrar nesse mundo. Parabéns pela resenha, ficou maravilhosa.
Abração!
http://www.acampamentodaleitura.com
Caramba, esse é um livro que preciso ler e meu marido vive falando para eu ler. Incrível como uma obra de 1898 ainda é tão famosa em nossos dias e a percussora de obras que vieram depois, vou investir neste livro.
Bjo
Tânia Bueno
Uau, eu adorei seu post, pois confesso que não sabia absolutamente de nada citado aqui.É realmente um clássico e saber que ele inspirou diversas outras obras, é incrível. Fiquei realmente curiosa!
Beijos,
Oiii Nilda
Apesar de não ter uma escrita truncada, eu não sei se essa obra é pra mim, acho que tem alguns elementos que me cansariam. Mas tenho curiosidade em conferir pelo menos a nova adaptação que sairá pela BBC. Já assisti o filme do Spielberg, mas me lembro de super pouco da estória. Independence Day também assisti logo que lançou e apesar desta ter me marcado mais, tb já esqueci muito.
Beijos
http://www.derepentenoultimolivro.com
Eu sou a louca desse tipo de filme. Eu gosto mais de Independence Day do A Guerra dos mundos do Spielberg.
Olá, tudo bem Nilda?
Eu gostei bem da publicação, ficou bem completinha. Eu particularmente gosto muito de ficção científica, principalmente as clássicas. Essa adaptação do Spielberg eu assisti algumas vezes e também assisti/estou assistindo as recentes séries.
Abraço!
Eu adoro as curiosidades que cercam essa obra. Wells mandou ver em uma época onde ninguém imaginava que tudo podia acontecer.
Infelizmente, ainda não consegui encaixar essa leitura. Mas, sonho em conseguir desbravar essas páginas.
Beijocas e ótimo post. Você arrasou!!!
Eu sou fascinada pelo filme e só descobri que havia um livro recentemente, acho que deve ser uma leitura excelente e ver a sua resenha sore ele me deixou ainda mais curiosa! Esse universo criado é sem dúvidas muito interessante e ainda mais pela época em que foi publicado.