Nevernight a sombra do corvo, primeiro livro de As Crônicas da QuaseNoite, foi uma ótima surpresa. Trata-se de uma dark fantasy que recomendo fortemente. Já havia lido várias resenhas elogiosas, mas, inicialmente, não botava fé. Agora, mal posso esperar para ler a continuação.
A narrativa é um bom exemplo de que ainda há como extrair algo novo de um mito já conhecido. Usando o mito do deus Sol e da deusa Lua, o mundo de Nevernight apresenta três sóis, com dias que duram muito tempo. A contagem dos dias é curiosa: em um mundo assim, como saber a hora de dormir, com sóis quase eternos? Organismos precisam se adaptar.
Nessa história, acompanhamos Mia Corvere, uma personagem que reúne quase todas as características que gosto: inteligência, determinação e sarcasmo, além de ter muitos defeitos.
Nevernight: A Sombra do Corvo possui uma ambientação extremamente interessante
Mia viu o pai ser executado, acusado de insurreição contra a República, e a mãe ser presa, sendo obrigada a levar consigo o filho mais novo, ainda bebê. Mia tinha apenas 10 anos e sobreviveu por pouco, escapando da morte. Jurando vingança, trabalhou arduamente para se tornar uma assassina. Durante sua fuga, algo a encontrou: um ser feito de sombra, que um dia foi um gato.
Após perambular pelas ruas e escapar de inúmeros perigos, Mia foi acolhida pelo velho Mercúrio, discípulo de Fauce, Niah, a Deusa da Noite, Nossa Senhora do Bendito Assassinato.
Mercúrio a treinou, mas Mia precisava também se tornar discípula da deusa e terminar seu treinamento. Para isso, teve que viajar para uma terra distante, onde fica a sede da igreja da Nossa Senhora do Bendito Assassinato – um lugar nada amigável, repleto de professores assassinos, os melhores.
Sei que o uso da academia ou colégio como recurso para desenvolver os talentos do protagonista está saturado. Todo mundo logo lembra de Harry Potter. Mas, no caso de Nevernight, o autor consegue se destacar.
O local onde Mia se aperfeiçoa é extremamente sombrio, violento e traiçoeiro. Os alunos enfrentam perigo de morte o tempo todo, pois as aulas são brutais e os professores não têm compaixão. Além disso, há competições com regras nada justas. Apenas quatro alunos se tornarão discípulos, de uma turma de 28. Alguns ficarão pelo caminho. Quem tiver mais sorte servirá a deusa da morte de outras formas.
Mia não é a melhor aluna, mas usa sua inteligência para superar limitações. Ela possui um poder especial, mas não pode utilizá-lo durante as aulas. Na única vez que tentou, foi severamente punida.
Nevernight tem uma narrativa bastante poética, com ação desde o início. As descrições ocorrem ao mesmo tempo que a ação. Há notas de rodapé explicando aspectos do universo, embora algumas sejam longas demais. O único ponto que se desenvolve lentamente é o poder sombrio de Mia.
É uma narrativa com ótimas lutas, mortes e reviravoltas (não tão surpreendentes). Há questões políticas e religiosas envolvidas. Rezar para uma deusa assassina talvez não seja tão ruim assim. Também há um pouco de romance, com uma abordagem mais voltada para o sexo.
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