Tom Clancy’s The Division: broken dawn, Alex Irvine, Galera Record, é a romancização de um jogo eletrônico de tiro táctico com elementos de RPG. Eu não conheço o jogo, então minhas impressões de leitura são baseadas somente na trama do livro.
Essa é uma história sobre pandemia. Sobre sobrevivência. Sobre a busca por uma possível vacina. É também sobre a fragilidade do que conhecemos por civilização. Então é uma história que conversa com a realidade em que estamos imersos nesse momento. Claro, de níveis bem diferentes.
A ambientação da ocorre em um EUA distópico, depois de um surto pandêmico do chamado Vírus do Dólar. A narrativa é alternada entre adultos April, Aurelo e Ike e a criança Violet, deixando a história mais dinâmica por apresentar diferentes cenários.
Fiz essa leitura com um misto de ansiedade e angústia. Ansiedade porque eu queria saber o desenrolar do mistério em torno de onde veio o vírus e da busca pela possível vacina. Ao mesmo tempo, fiquei angustiada ao perceber que a humanidade não melhora em nenhum dos cenários, seja ficcional ao real. Parece haver uma linha muito tênue entre o que conhecemos por civilização e a barbárie.
Tom Clancy’s The Division tem uma linguagem fluida, a leitura é rápida. Há cenas de ação que me deixaram com expectativa do desenrolar. A gente fica com a sensação de perigo em todos os lugares.
Mas acho que o ponto baixo do livro é que os personagens são pouco desenvolvidos. Eu consegui sentir um pouco de conexão com April e Aurelo. April é uma viúva que busca respostas sobre o assassinato do marido. Ela é o elo com a vacina. Já Aurelo é um agente da Divisão, tentando manter a ordem em um cenário completamente de caos.
Violet e outras seis crianças estão sendo cuidada por adultos que não estão dando conta nem de cuidar de si mesmos. Duas das sete crianças são filhos do agente Aurelo Diaz, as outras perderam os pais. Normalmente, crianças em situações assim eu já me conecto de imediato, mas não foi o caso. Talvez devido ao desenvolvimento raso dos personagens.
Ike é outro agente da Divisão. É um personagem dúbio, pois vem trabalhando para dois lados. E o mistério para quem Ike trabalha deixa as coisas um pouco mais envolvente.
Sobre o que trata Tom Clancy’s The Division?
Acho Tom Clancy’s The Division traz discussões interessantes, como já destaquei no início. Para quem conhece o jogo, deve ser uma leitura bem mais interessante, acho. Gosto muito de mídias adaptadas para outras mídias. Mas tenho poucos livros adaptados de jogos. Nesse movimento de mídias que adapta outras mídias, acho que tem mais filmes adaptados de livros, não é verdade?
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