Em Cinema Panopticum, de Thomas Ott, Editora DarkSide, uma menina vai ao circo com poucas moedas no bolso. Ela precisa escolher bem a atração que ver. Ela opta pela tenda de cinema panopticcum, que contém cabine de cinestecópio. Ela é a espectadora e nós, os leitores, também. O cinescópio é considerado o primeiro projetor de cinema.
São cinco cabines: O hotel, O campeão, O experimento, O profeta, A garota. Os títulos das cabines nomeiam os capítulos. Em todas elas, se desenrolam cenas macabras. Assim como a garota, o leitor é um tipo de voyeurs das histórias sombrias, e em todas a morte leva vantagem.
Cinema Panopticum chama atenção pelas ilustrações
Os desenhos parecem gravuras, e pela a quase ausência de texto verbal. A ausência de balões de texto exige maior concentração do leitor. No entanto, as expressões dos personagens não deixam dúvidas quanto ao horror das histórias.
Cinema Panopticum traz uma introdução de Maria Clara Carneiro, Professora da Universidade de Santa Maria (UFSM), com informações que contribuem na imersão da história. A profa fala da técnica do desenho usada por Ott. Fala também um pouco da história, o que nos ajuda na interpretação.
Este é mais um quadrinho da Darkside que adorei ler, pena que é bem curtinho. Histórias macabras com personagens crianças são sempre mais perturbadoras, porque acreditamos na inocência e fragilidade delas. As crianças são seres que precisam de proteção contra toda maldade, não é mesmo? Então, quando nos deparamos com uma história que quebra essa lógica, automaticamente ficamos desconfortáveis. Porém, histórias assim nos lembram que o mal pode alcançar a todos.