O Feiticeiro de Terramar, nasceu a partir de uma proposta do editor de Ursula K. Le Guin, que sugeriu que ela escrevesse algo voltado para o público jovem. Inicialmente, a autora hesitou, pois acreditava que a idade do leitor não deveria influenciar sua escrita. No entanto, após refletir, decidiu arriscar-se e criar uma obra que atraísse todas as idades, utilizando o gênero de fantasia, muito popular entre os jovens da época. Para isso, precisava de um protagonista que se conectasse com os leitores, e assim surgiu Gavião.
A história acompanha um menino humilde que vive com seu pai em um pequeno lugarejo. Nesse lugar, uma feiticeira percebe o potencial mágico que reside nele e começa a ensiná-lo feitiços simples, despertando seu interesse pela magia. Após um incidente marcante, ele se torna uma lenda local e é admitido em uma renomada escola de magos.
“Quando você conhecer todas as partes da quatro-folhas em todas as estações, raiz, folha e flor, ao vê-la e pelo aroma e a semente, então poderá aprender seu verdadeiro nome, conhecendo seu ser: o que é mais que seu uso. Qual é o seu uso, afinal? E o meu? O monte de Gont é útil? E o mar Aberto?”
O Feiticeiro de Terramar: crescimento e autodescoberta
Na escola, as coisas começam a dar errado quando Ged, sempre vaidoso, aceita um desafio de um colega e, como resultado, libera uma força das trevas que o perseguirá até que ele descubra como destruí-la. Em meio a aventuras fascinantes, tanto em terra quanto no mar, Ged terá que enfrentar não apenas a sombra que o persegue, mas também a busca por si mesmo.
“Para que uma palavra seja dita é necessário silêncio. Antes e depois.”
Ged é um personagem que evolui do menino orgulhoso e arrogante para um homem mais maduro. Apesar da brevidade do livro, com suas 176 páginas, conseguimos entender bem sua personalidade e suas ações. Ele comete erros e enfrenta consequências, o que mantém o leitor envolvido em sua jornada.
Publicada em 1968, O Feiticeiro de Terramar se destacou em um cenário literário em que poucos livros de fantasia eram reconhecidos, mesmo com o sucesso da trilogia “O Senhor dos Anéis”. A obra de Le Guin se tornou um clássico, influenciando autores como Neil Gaiman e Joe Abercrombie.
“Para ouvir, deve-se estar calado…”
A leitura é envolvente e surpreendente, apesar de algumas partes monótonas. A autora compensa isso com lendas e feitiços que cativam o leitor. Embora o final não tenha sido tão satisfatório, Le Guin deixa um mistério no desfecho, instigando o desejo de continuidade. Este é o primeiro de quatro volumes, e o próximo livro será publicado em 2017 pela Arqueiro. Mal posso esperar!
O Feiticeiro de Terramar é uma excelente escolha tanto para fãs do gênero quanto para quem deseja começar a explorar a fantasia. Certamente, será uma experiência única!
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