Resenha || Primeiro e único | Emily Giffin

O tema central de Primeiro e único, de Emily Giffin, gira em torno da busca por identidade e a complexidade das relações interpessoais. A protagonista, Shea Rigsby, enfrenta um dilema emocional ao lidar com suas escolhas de vida, suas aspirações não realizadas e os sentimentos por seu amigo e mentor, o Sr. Carr. A obra explora questões como amor, amizade, lealdade e a pressão social, mostrando como essas dinâmicas podem influenciar nossas decisões e a percepção que temos de nós mesmos.

Shea Rigsby é uma mulher de 33 anos que leva uma rotina entediante, mas, para ela, isso não faz diferença, já que tudo está tranquilo. Ela é jornalista, apaixonada por futebol americano e tem um namorado que não é aceito pelas pessoas que a amam, pois ele não almeja grandes sonhos.  Primeiro e único inicia com o velório da mãe de sua melhor amiga, Lucy. A Sra. Carr era muito querida pelo seu marido, pela filha e pelos jogadores treinados por ele. Sim! O pai de Lucy é treinador de futebol americano, e Shea era apaixonada por ele, já que convivia constantemente com o pai da amiga, o que os tornava próximos.

É nesse momento que Shea começa a refletir sobre sua vida, suas escolhas e o que realmente deseja, mas que até então não conseguiu. Ela tenta apoiar Lucy e ser um apoio diante dessa perda dolorosa. No entanto, as coisas fogem do controle quando o treinador, Sr. Carr, e Shea se aproximam. A admiração ultrapassa os limites, e Shea percebe que esse sentimento vai além do que eles imaginavam.

Diante dessa aproximação, o Sr. Carr leva Lucy a refletir sobre suas escolhas e a questiona sobre o que realmente quer. Ele consegue uma nova entrevista de emprego para a garota, o que a deixa muito feliz, mas também cada vez mais confusa.

Lucy começa a notar que sua amiga está estranha. No entanto, não passa pela cabeça de Shea revelar seu segredo, pois nem ela sabe ao certo se o sentimento é real. Para não deixar pistas, Shea estava solteira naquele momento e começa a namorar um astro do futebol, dissipando qualquer rastro do que ocorreu.

Agora, a mulher tem tudo que sempre sonhou: um emprego, um belo namorado, amigos que se preocupam com ela, mas nem isso é capaz de preencher o vazio que sente. Em meio a esse “mar de confusões”, Shea enfrenta a difícil decisão de seguir ou mudar sua vida para sempre. Para qual caminho seu coração a levará?

Sem revelar muitos spoilers, em “Primeiro e único”, Emily Giffin consegue, mais uma vez, me surpreender com um livro repleto de sentimentos e confusões. A protagonista havia construído uma vida que, na verdade, não era a que ela tanto sonhara. Logo após o velório, ela se reaproxima de sua amiga e do treinador, o que a força a tomar decisões inexplicáveis.

As personagens são muito bem construídas psicologicamente, pois até mesmo nós, leitores, ficamos confusos com certas escolhas e conseguimos sentir as mesmas emoções que Shea, Lucy e o Sr. Carr. Um ponto positivo é que, mesmo sendo um enredo incomum, presente nas narrativas de Giffin, é um romance realista, pois suas personagens são baseadas em pessoas do cotidiano.

Primeiro e único nos prende na medida do possível com uma escrita espetacular, e isso me motivou a explorar outras obras de Emily. Recomendo o livro para quem gosta de romances realistas, apaixonados por futebol americano e fãs de Emily Giffin.

“- […] A vida é engraçada. – A vida é trágica. – Pode ser que seja… Mas não podemos parar de viver.”