Quando terminei de ler Os Imortais de Meluha, não via a hora de ler a continuação – O Segredo dos Nagas, ansiando para saber o que havia de especial no povo Naga.
Já mencionei mais de uma vez que Os Imortais de Meluha (resenha aqui), o primeiro livro da trilogia Shiva, foi, até agora, uma das melhores leituras de 2015. A trilogia Shiva conta a história do guerreiro tribal tibetano chamado Shiva. Em toda a Índia, havia uma profecia sobre um homem com as características de Shiva, que viria para destruir o mal – o Mahadena – o Neelkanth. O imperador de Meluha foi o responsável por encontrar Shiva.
O grande problema é descobrir onde o mal reside. Tudo leva a crer que o povo chamado Naga é o mal que precisa ser destruído. Mas, como Shiva é um sábio, ele fará suas próprias “investigações”.
Em Os Imortais de Meluha, Shiva é levado a acreditar, pelos meluhanos, que os chandravanshis contrataram os Nagas para praticarem atos terroristas. Shiva declara guerra aos chandravanshis, saindo vitorioso.
No entanto, quando a guerra termina, Shiva percebe que cometeu um grande erro: os chandravanshis não contrataram os Nagas para praticarem atos terroristas; portanto, eles não são o mal e nem estão atuando juntos com os Nagas.
O Segredo dos Nagas: profecias e destino
Para tentar entender melhor o que está ocorrendo, Shiva, novamente, viaja pelo império, conhecendo todos os povos. Porém, ele continua com a ideia fixa de que os Nagas precisam ser derrotados.
O problema é que Shiva ficou um pouco cego, pois, após perder um grande amigo em um dos atos terroristas atribuídos aos Nagas, ele está sedento de vingança e não consegue fazer uma análise ampla dos fatos.
Shiva decide parar por algum tempo em Kashi, uma cidade que abriga todos os povos, onde não deve haver preconceito nem violência (a esposa de Shiva estava grávida e decidiram que o filho deveria nascer em Kashi).
Mas em Kashi não há tanta paz e harmonia. O povo Branga não é bem-vindo, pois os outros povos não concordam com os rituais praticados pelos Brangas.
Acontece que os Brangas nascem com um tipo de doença que só um remédio Naga é capaz de curar. Quando não há esse remédio, eles praticam um ritual macabro.
Como Shiva quer destruir os Nagas e apenas os Brangas sabem como chegar à cidade Naga, ele promete que irá libertá-los do poder dos Nagas se eles informarem o caminho para a cidade Naga.
O grande conflito do livro é a busca de Shiva pela cidade dos Nagas para destruí-la. Porém, as coisas não são simples assim.
Há várias reviravoltas. Enquanto Shiva está focado em encontrar a cidade Naga, sua esposa descobre que tem uma forte ligação com os Nagas (adorei essa reviravolta). Além disso, há a descoberta de que o imperador meluhano, sogro de Shiva, mentiu sobre questões importantes.
O segundo livro da trilogia não me decepcionou em nada. O ritmo dos acontecimentos, empregado pelo autor, continua muito bom. Há momentos de ação e de calmaria, que são fundamentais para entendermos todas as questões. As descrições continuam fantásticas, permitindo visualizar todos os cenários em detalhes.
Em O Segredo dos Nagas, o jogo político começa a ficar mais claro. Shiva começa a compreender que o bem e o mal fazem parte da mesma moeda. Ele é muito inteligente, mas, ao mesmo tempo, tem uma inocência que nos fascina, com um forte senso de justiça e humanidade.
O Segredo dos Nagas é um daqueles livros que nos levam a refletir sobre vários aspectos da vida em sociedade.
Dois pontos me chamaram mais a atenção: questões culturais – o respeito aos costumes e valores de outros povos; e preconceitos contra pessoas que nascem com algum tipo de deformidade. Os Brangas e os Nagas representam essas questões. São povos com culturas muito diferentes das dos outros povos indianos e foram exilados por nascerem com algum tipo de doença, que eu não consegui identificar.
Se você gosta de mitologia, culturas diferentes da ocidental, disputas de poder e batalhas bem descritas, então eu recomendo a história de Shiva. Agora, é aguardar o próximo livro.
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