O Primeiro Telefonema do Céu é uma obra do autor Mitch Albom que explora questões profundas sobre amor, perda e a vida após a morte. Ambientada na pequena cidade de Coldwater, a história começa quando um fenômeno inexplicável atrai a atenção de moradores e forasteiros: pessoas começam a receber telefonemas de entes queridos que já faleceram.
A repórter Amy Penn é enviada para cobrir o evento, enquanto Sully Harding, um ex-piloto das Forças Armadas, se vê envolvido em uma investigação sobre a veracidade desses contatos. Com uma narrativa rica em diferentes perspectivas, Albom provoca reflexões sobre fé, esperança e a complexidade das relações humanas, questionando até onde a crença pode nos levar.
A cidade de Coldwater não é conhecida por seus pontos turísticos ou por ser badalada. Na verdade, seus habitantes quase todos se conhecem ou cresceram juntos. A polícia recebe poucas chamadas, e a vida lá é tranquila. Portanto, quando um fenômeno inexplicável ocorre, a repórter televisiva Amy Penn, enviada para cobrir o caso, logo se pergunta: por que ali?
“Às vezes o amor nos aproxima, mesmo que a vida nos separe.”
Seria mais uma semana comum na cidade se Tess Rafferty, Katherine Yellin, Jack Sellers, Elias Rowe e outros não tivessem recebido um telefonema. Um telefonema do céu. Um milagre? Uma brincadeira de mau gosto?
Um filho que morreu na guerra, uma irmã que teve uma morte súbita, uma mãe com Alzheimer, um ex-funcionário alcoólatra… Todos ligam para falar do céu, descrevendo sua beleza e como seus pecados foram perdoados. A mensagem é clara: espalhem essa notícia. Palavras que podem aquecer corações ou enlouquecer pessoas.
Religiosos, fanáticos e curiosos começam a viajar para Coldwater em busca desse fenômeno. Compram telefones iguais, desejam viver perto dos “Escolhidos” e acampam em seus jardins. A cidade nunca esteve tão cheia. As igrejas estão lotadas.
Porém, alguns duvidam. Sully Harding, ex-piloto das Forças Armadas, viúvo e pai do pequeno Jules, é um deles. Depois de passar meses na prisão por um crime que não cometeu, ele enfrenta a dor pela perda e se depara com pessoas que afirmam receber mensagens do céu, iludindo a todos, inclusive seu filho, que sente falta da mãe.
Com a ajuda de amigos improváveis, Sully decide desvendar esse mistério e provar que estão todos sendo enganados. Ou não. E se o fim não for o fim?
O Primeiro Telefonema do Céu: fé, esperança e a complexidade das relações humanas
“É preciso começar de novo. É o que todos dizem. A vida, no entanto, não é um jogo de tabuleiro, e a perda de uma pessoa querida nunca é como ‘recomeçar um jogo’. É, acima de tudo, ‘continuar sem’.”
O Primeiro Telefonema do Céu é narrado em terceira pessoa e apresenta diferentes pontos de vista, que situam o leitor na pequena cidade e entre seus moradores. Embora essa variedade enriqueça a narrativa, pode tornar a leitura um pouco densa.
A questão central do livro é: o que você faria se recebesse um telefonema de alguém que ama e que já morreu?
As reações dos personagens ao receber essas ligações são variadas e envolventes. Enquanto alguns acreditam fervorosamente, outros desconfiam. O leitor se vê constantemente questionando o que realmente está acontecendo.
Sully Harding se destaca por seu ceticismo e por sua busca por respostas, o que torna suas partes da narrativa as mais intrigantes. Um telefonema do céu pode ser uma bênção, mas também pode ser um fardo, uma ferida reaberta.
A escrita de Mitch Albom pode exigir um tempo de adaptação, mas uma vez acostumado, o ritmo da leitura flui. Este foi meu primeiro contato com o autor, e solicitei o livro pela premissa, que me lembrou “A Cabana”, um de meus favoritos. Encontrei uma mistura de suspense, drama e até romance. No geral, foi uma boa leitura. A edição é excelente, com uma capa bonita e páginas amareladas, bem espaçadas, sem erros de revisão.
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