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Resenha || Zenith | Julie Bertagna | livro 2

por Mayara Nascimento

Zenith, livro 2 da Trilogia Exodus, escrito por Julie Bertagna, apresenta um cenário devastador de um mundo quase totalmente submerso, resultado de um passado recente. Nesse novo contexto, poucos sobreviventes lutam para não desaparecer em meio às águas que continuam a subir.

“Os sonhos podem escapar por entre os dedos, como água. Sonhar com algo sólido e real é uma das tarefas mais difíceis do mundo.”

Nesse clima de incerteza, Mara deixa a ilha de Wing com sua família e amigos, sonhando com um futuro melhor e a esperança de ser uma adolescente normal de 16 anos. Contudo, a realidade se revela bem diferente das expectativas.

No primeiro livro, Exodus (resenha aqui), acompanhamos a difícil migração da população de Wing em busca da Cidade Celeste, no Mundo Novo – Munno. A jornada foi árdua, com muitos não resistindo aos desafios, mas o maior choque ocorreu ao chegarem ao Mundo Novo, que não era um espaço acolhedor para os sobreviventes, mas sim um lugar reservado aos privilegiados.

Diante das injustiças, Mara decide lutar não apenas por seus amigos, mas por todos os refugiados marginalizados em Munno. Nesse processo, ela encontra um aliado, neto do criador da Cidade Celeste, que se torna seu primeiro amor.

“É como se o mundo fosse um navio naufragado e tudo que restou fossem seus destroços.”

Zenith: injustiça social

Após essa introdução, chegamos a Zenith, onde as aventuras e a luta por dias melhores continuam. Após escapar de Munno em um navio, Mara enfrenta o desafio de encontrar um lugar seguro e habitável no velho mundo. Junto com outros sobreviventes, eles partem em direção à Groelândia, que, com o derretimento das geleiras, pode oferecer uma nova chance.

Entretanto, as dificuldades se multiplicam: ciganos do mar, piratas, a luta pela sobrevivência e as consequências das ações passadas fazem o percurso pelo oceano ainda mais incerto. A pergunta que paira no ar é: resta algo além de água?

Zenith se resume em grande parte a uma busca desesperada por um novo lar incerto. A história explora as lutas dos personagens diante de um cenário de destruição ambiental e social, destacando como eles tentam encontrar um novo lar e um sentido de pertencimento em meio ao caos.

Quanto às minhas impressões sobre o livro, destaco tanto os aspectos positivos quanto os negativos. Os novos personagens, especialmente Tuck, um jovem cigano do mar que perdeu sua família e se juntou aos piratas, trazem uma nova energia à narrativa. Sua ousadia revitaliza a história, especialmente em um momento em que os personagens conhecidos parecem abatidos e desmotivados.

Mara, a protagonista, apresenta uma perda de determinação, carregando uma culpa que a torna menos cativante. A busca de Mara por um lugar seguro também é uma busca por identidade. À medida que ela se vê forçada a confrontar seu passado e suas escolhas, questões sobre quem ela é e onde pertence ganham destaque.

A divisão entre privilegiados e refugiados em Munno reflete questões contemporâneas sobre desigualdade e exclusão, mostrando como as estruturas sociais podem ser desiguais mesmo em tempos de crise.

Confesso que esperava mais deste segundo volume, mas ele não atendeu às minhas expectativas. A narrativa lenta de Julie continuou a ser um obstáculo; demorei a me envolver com a história e, quando parecia que isso aconteceria, acabei desapontada.

Por essas razões, atribuí apenas três estrelas ao livro. Sobre a edição, a capa é deslumbrante e a diagramação impecável, sem erros de digitação. Apesar das minhas ressalvas, estou ansiosa pelo desfecho dessa trilogia distópica e em breve trarei a resenha do último volume! Boa leitura.

“A humanidade é tudo que sobrou.”

 

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