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Resenha || Aurora | Julie Bertagna | livro 3

por Mayara Nascimento

Hoje trago a resenha do livro Aurora, o terceiro e último volume da trilogia Exodus, de Julie Bertagna. Atenção: a resenha pode conter spoilers. Se você prefere evitar revelações, recomendo conferir as resenhas dos volumes anteriores: Exodus (aqui) e Zenith (aqui).

Dezesseis anos se passaram desde 2100, e muita coisa mudou. Mara não é mais a adolescente que conhecemos; ela cresceu em um mundo quase todo inundado pelas águas do oceano. Após lutar pela sobrevivência de amigos e familiares, conseguiu chegar à Groelândia, agora chamada Candlewood.

“O mundo estava tomado pelo medo. As grandes inundações haviam chegado e as pessoas estavam tentando sobreviver. Gente desesperada pode fazer coisas terríveis.”

Em meio a tantas transformações, Mara deixou para trás o amor de sua vida, mas levou consigo um pedaço desse amor: Lilly, sua filha, que agora é uma adolescente cheia de garra e vontade de viver. Mara encontrou um lugar seguro para sua família, mas a verdade sobre seu pai chegou até Lilly, e ela precisa conhecê-lo.

Neste volume, a protagonista cede espaço à sua filha, Lilly. A princípio, essa mudança não me animou muito, mas com o desenrolar da narrativa, consegui simpatizar com a personagem e seus ideais.

“Os sonhadores agora são homens perigosos. […] São aqueles que vão agir com olhos bem abertos para fazer seus sonhos se realizarem.”

Lilly parte em uma aventura com seu amigo Wing, um sobrevivente do mundo submerso, em busca de Raposo, seu pai. Ao longo do caminho, ela reencontra amigos do passado de Mara, incluindo Tuck, o cigano do mar que todos pensavam estar morto. Cada personagem que retorna traz um toque de esperança ao desfecho da história.

Aurora: aquecimento global

 

Enquanto Lilly busca por Raposo, ele, por sua vez, é o herdeiro das cidades celestes e planeja uma revolução. Desde que conheceu Mara, ele não suportou viver em um império de desigualdade, onde apenas quem tinha dinheiro era bem-vindo. Raposo optou por ficar na cidade submersa para reunir revolucionários e lutar por um mundo mais justo.

“O império do céu está afundado demais em novos sonhos e pesadelos para sentir os tremores da revolução se formando no mundo além de seus muros.”

A leitura de Aurora, desfecho da trilogia, foi muito mais empolgante do que a dos volumes anteriores, especialmente do segundo, onde pouco aconteceu. Neste livro, a ação e a determinação dos personagens se destacam, e consegui me envolver logo nas primeiras páginas. A escolha de Lilly como protagonista trouxe um novo fôlego à narrativa. No entanto, o final deixou a desejar, como se a autora tivesse acelerado a trama e perdido o ritmo nos momentos finais, o que foi decepcionante.

No geral, a trilogia apresentou uma leitura positiva. O tema do aquecimento global, com o derretimento das geleiras e a inundação de grande parte do mundo, trouxe um toque de realidade assustador, fazendo-nos refletir sobre a possibilidade de tais eventos ocorrerem em nossas vidas.

Apesar de ter gostado de Aurora, senti que faltou algo. Julie Bertagna tinha um excelente tema em mãos e criou ambientes inovadores, como as cidades celestes e suas tecnologias no Mundo Novo. Contudo, em muitos momentos, esses assuntos fascinantes tornaram-se maçantes, o que foi um ponto negativo da trilogia.

Por fim, recomendo a leitura para quem aprecia distopias. Apesar dos pontos negativos, é uma obra que vale a pena ser lida, trazendo reflexões e aventuras futurísticas. Boa leitura!

 

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