O Menino dos Fantoches de Varsóvia, de Eva Weaver, narra mais um episódio da Segunda Guerra e do Holocausto. Essa é uma história de sofrimento, perdas e destruição, mas também de esperança e amor ao próximo. Venha conhecer mais sobre este emocionante livro. Dividido em três partes, o livro apresenta o sentimento de dois personagens principais que vivenciam um mesmo momento histórico, porém de lados opostos.
Parte 1: “A História de Mika”
Aqui, conhecemos a história de Mika, narrada por ele mesmo em sua velhice, em um momento de desespero e medo de morrer, deixando para trás tudo o que viveu e nunca contou a ninguém. Por meio de relatos feitos ao seu neto, Daniel, ele compartilha sua vida na Polônia junto com a mãe e o avô.
A vida dos três judeus era tranquila até o início da guerra e sua ida para o gueto, onde ficaram isolados dos demais poloneses. Nesse ambiente, os efeitos da guerra e da invasão alemã se intensificaram. Qualquer atitude fora do permitido para judeus poderia levar à morte. Foi assim que Tatus, o avô de Mika, perdeu a vida ao tentar salvar uma jovem judia que estava sendo violentada por alemães no gueto. Esse acontecimento marcou a vida de Mika para sempre.
“Mas não tínhamos todos a mesma biologia? Um coração que batia, pulmões, sangue vermelho e quente?”
Antes da guerra, Tatus era professor universitário. No gueto, passava horas trancado em um quartinho do minúsculo apartamento em que moravam. Somente após sua morte, Mika descobriu o que ele fazia ali: um mundo colorido de fantoches de todos os tipos, alguns ainda inacabados.
O jovem, que sofria com a dor da perda e a mudança drástica em sua vida, encontrou consolo nos fantoches que o avô produziu, vendo neles a possibilidade de trazer um pouco de cor ao cinza do gueto.
Nesse contexto, Mika ganha uma ajudante especial: sua prima Ellie, uma menina determinada e corajosa, que o auxilia a realizar espetáculos em orfanatos, hospitais e em qualquer lugar onde pudesse levar um pouco de luz em meio ao caos. Assim, ele se torna O Menino dos Fantoches de Varsóvia.
No retorno de uma visita ao orfanato, Mika é abordado por soldados alemães, que descobrem seus fantoches. Max, o soldado que o abordou, o convida a fazer shows para outros soldados uma vez por semana. Mika não pode recusar e, nesse ambiente hostil, ajuda a salvar algumas vidas, trocando fantoches por comida e remédios e transportando crianças judias para poloneses que se opunham ao nazismo.
“Daquele dia em diante, nunca mais saí sem meu casaco e os fantoches, e lentamente um plano começou a crescer dentro de mim, como uma semente germinando no escuro – uma semente que sabe instintivamente que algum dia irá romper a terra, expor-se ao sol e crescer até atingir seu tamanho pleno.”
Apesar das muitas aventuras e dos momentos difíceis que viveu, Mika nunca perdeu a força de vontade e a perseverança, mesmo em meio à guerra. A amizade com Max, o soldado alemão, pode ter sido um fator que o ajudou a sobreviver, embora o menino sempre duvidasse dessa relação.
Parte 2: “A Jornada do Príncipe”
Nesta parte de O Menino dos Fantoches de Varsóvia, conhecemos mais sobre Max, o soldado que ajudou Mika, e sua trajetória antes e depois da guerra. Max era carpinteiro e tinha um filho da idade de Mika. Convocado para a Polônia, ele acreditava estar se tornando um herói, mas ao ver o mal que causava, decidiu mudar de postura. Ajudando Mika, ele se sentiu mais humano e começou a ter uma mínima consciência da dor que estava causando.
Após a guerra, os alemães foram presos na Rússia e sofreram muito, mas Max não desistiu e fugiu para reencontrar sua família. O reencontro não foi como ele sonhara; muitas coisas haviam mudado, mas agora ele estava livre e tinha a chance de recomeçar. Anos depois, a chegada da neta trouxe a ele a oportunidade de se redimir por seu passado cheio de dor e sofrimento.
“Como poderíamos continuar vivendo assim, drenados de toda a vida, vazios até os ossos?”
O Menino dos Fantoches de Varsóvia: a guerra e a resiliência humana
Parte 3: “Voltando para Casa”
Retornamos ao presente com Mika, um idoso com saúde frágil que, após contar sua história ao neto, sofre um ataque do coração. Enquanto ele está entre a vida e a morte no hospital, alguém procura por ele para uma entrega especial: Mara, neta de Max, soube da história de Mika e deseja devolver-lhe um dos fantoches que ele deu a Max no passado.
“Se o inferno fosse realmente feito de fogo e sofrimento, nós estávamos no meio dele.”
Se eu disser que essa foi uma leitura fácil, estarei mentindo. Discutir morte, sofrimento e dor nunca é simples, especialmente quando sabemos que tais males foram causados por seres humanos. A temática do Holocausto, embora já bastante abordada, é extremamente importante, e quanto mais livros nos mostrarem esse momento, menos esqueceremos as vítimas de tamanha atrocidade.
O Menino dos Fantoches de Varsóvia foi uma leitura tocante que me fez enxergar uma pequena luz em meio à escuridão. A sensação ao concluir essa obra é de paz, mas também de revolta. Adoro livros que tratam dessa temática, e este, com certeza, se tornou um favorito. A edição é maravilhosa, com uma diagramação impecável. Recomendo fortemente para quem aprecia História e livros que, mesmo sendo fictícios, narram acontecimentos reais.
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