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A redoma de vidro || Sylvia Plath

por Nilda de Souza

A Redoma de vidro, Sylvia Plath, Biblioteca Azul, Globo livros, foi uma leitura inquietante. Em vários momentos tive que parar e respirar. Agora compreendo porque é um livro aclamado pela crítica. ⁣

Antes de continuar, gostaria de falar que a narrativa tem vários gatilhos, o mais explícito é o suicídio. Então, se não estiver bem, se não estiver procurando uma leitura que vai puxar teu tapete, deixe para ler Redoma de vidro em outro momento. ⁣

O livro traz a história de Esther Greenwood, uma jovem estudiosa de cidade pequena que consegue um estágio dos sonhos em uma revista de moda em Nova York. ⁣

O estágio, as amizades e a própria cidade de Nova York colocam em evidência uma série de aflições da vida da personagem – passado, presente e futuro. ⁣

A opressão de se encaixar acaba colocando Esther em uma redoma de vidro⁣

Acompanhamos uma Esther melancólica, pessimista num fluxo mental contínuo, o que nos atinge em cheio. Esther larga a faculdade, deixando uma vida que poderia ser considerada bem sucedida. ⁣

A Redoma de vidro mostra o lado feio e o humano das pessoas, bem como o lado complexo das doenças psiquiatras.⁣

Os recursos usados na narrativa, como descrições excessivas das pessoas, revela uma face desagradável da personagem, com seus preconceitos, mas também não deixa de ser reflexo da doença. ⁣

Questões como carreira, casamento, maternidade podem ser opressivos e são opressivos, porque romper padrões não é fácil. São esses temas que o leitor vai encontrar em A Redoma de vidro, o que a torna uma leitura dolorosa, um retrato da época em que a autora escreveu o romance, mas também dos tempos atuais.⁣

Outro ponto em evidência é o tratamento da depressão. É de embrulhar o estômago a forma como Esther é tratada. A obra foi publicada em 1963, claro que gente tem que considerar os recursos da medicina psiquiátrica nesse período. Mas o que não dá para passar pano para tratamento misógino e desumano da medicina. ⁣

A redoma de vidro é uma leitura inesquecível. É considerado uma autobiografia. Esther é uma personagem difícil da gente gostar por causa dos seus preconceitos, mas é impossível a gente não se sentir tocada por tudo o que ela vive.

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