O exorcista, William Peter Blatty, Editora Harper Collins. Eu deveria ter lido esse livro há uns anos, mas por muito tempo achei que o filme era suficiente, por ter sido tão impactante e por saber que o filme é muito fiel ao livro.
O exorcista é um daqueles raros casos em que livro e filme conseguem ter a mesma aceitação. O exorcista é, com certeza, um dos melhores livro de terror que eu já li. Não estou dizendo ser uma obra perfeita, mas é impossível ler e não ficar arrepiada com as descrições da possessão da Regan e todo o sofrimento do corpo e da mente da menina.
Não é uma leitura para quem não curte terror, ou para quem não curte o tema sobrenatural, possessão demoníaca.
Uma atmosfera sombria
A narrativa é dividida em quatro partes, “O começo” , “A beira” , “O abismo” e “E que meu apelo cheguei a Ti…” que primorosamente contribuem para intensificar as sensações do medo e da impotência, mergulhando o leitor numa atmosfera sombria, parecendo certa a vitória do mal.
No prólogo já ficamos apreensivos. Nele, conhecemos o padre Merrin, comando uma escavação no norte do Iraque, onde é encontrado um amuleto do Deus Pazuzo, um demônio do vento. Padre Merrin sente que a batalha final contra o mal se aproxima, por isso ele volta imediatamente para os Estados Unidos.
Já nos EUA, conhecemos a famosa atriz Chris MacNeil e a filha Regan. Na primeira parte do livro vemos o mal se infiltrando. Chris nem imagina o que virá pela frente, logo ela, uma mulher sem crenças.
“… uma nuvem preta solitária à procura de chuva.
A situação da Regan fica extremamente difícil. A vida da atriz entra em colapso. Após esgotadas todas as possibilidades da medicina em relação à “doença” da Regan, só resta uma coisa, pedir ajuda a um exorcista.
Em meio a trama principal, conhecemos o padre jesuíta Karras, psiquiatra que entende de exorcismo. Karras perdeu a fé, ou pelo menos ele já não sente a presença de Jesus. Além disso, ele se sente culpado pela vida que a mãe levou.
O Exorcista: Uma narrativa sobre a culpa
Também conhecemos o policial Kinderman, um homem de personalidade curiosa, que está encarregado de investigar profanações bizarras que têm ocorrido na igreja da sede religiosa jesuíta. Essas investigações vão acabar se ligando ao caso da Regan e a um assassinato.
Com a ajuda do padre Karras e depois do padre Merrin, Chris fará de tudo para salvar Regan. Acompanhamos uma luta contra o tempo para salvar o corpo e a mente da menina.
Em O Exocista, além do embate entre o bem e o mal, acho que o tema da culpa é o que mais se destaca. Chris se culpa pelo divórcio, pelo trabalho que a mantém longe da filha (a eterna culpa materna). O padre Karras se culpa por causa da mãe, e pela fé abalada. Na casa de Chris, ainda vemos os empregados carregando suas culpas.
“Não, costumo vez a possessão nas coisas, Damien. Nas picuinhas e nos desentendimentos; na palavra cruel e cortante que salta livre à língua entre amigos. Entre namorados. Entre marido e mulher. Temos muito disso e não precisamos de Satanás para criar nossas guerras. Conseguimos criá-las sozinhos… Sozinhos.”
Se gosta de terror, leia O exorcista. Um ponto a mais nessa história é que ela não tem influência de Poe, nem Lovecraft, mantendo a originalidade. Ah, eu acho simplesmente espetacular o final, mesmo já tendo visto o filme umas tantas vezes.
Leitura realizada no Clube Vertentes do Mal. Para saber mais sobre o projeto de leitura acesse o link.
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[…] ao lado de nomes como seu pai, Stephen King, Ira Levin (O Bebê de Rosemary), William Peter Blatty (O Exorcista) e Andrew Neiderman (Advogado do […]