O Último Rei do Rock é uma obra de ficção escrita por Carlos Maltz que se passa em um futuro próximo, especificamente em 2020, um período que, embora não muito distante, é retratado de forma bastante tecnológica e diferente do que vivemos atualmente.
“É algo totalmente novo. Uma revolução! Uma nova era na inteligência artificial. E na história da humanidade sobre este planeta.”
A narrativa é feita em primeira pessoa pelo protagonista Juan LKM, que parece estar contando sua história para uma biografia. O início é confuso, mas seguimos em frente.
O Último Rei do Rock começa com a menção ao assassinato de John Lennon em 8 de dezembro de 1980, em Nova York. Na mesma data, no mesmo hospital, nasce Juan Lennon K. M – Juan LKM – que compartilha muito mais do que um nome com o ícone do rock.
Juan é músico e vive o estereótipo do “sexo, drogas e rock and roll”, mas, ao contrário do que se poderia esperar, não alcança o sucesso. No entanto, ele mantém a esperança de, ao menos, conseguir um quarto da fama dos Beatles. A obra questiona se a fama realmente traz felicidade ou se, ao contrário, pode levar à autodestruição.
A ambientação tecnológica é um dos pontos centrais da narrativa, com grandes corporações controlando financeiramente e psicologicamente a vida das pessoas, sugerindo que “quanto mais se compra, mais feliz se é”. A ambientação tecnológica levanta questões sobre a relação entre humanos e a tecnologia.
O Último Rei do Rock: fama e sucesso
Uma dessas corporações, a Mangodcorp, lança um implante nano neural que promete acelerar o pensamento, permitindo que músicos atinjam notas incríveis. Juan LKM é escolhido como garoto-propaganda do produto, ansioso por alcançar a fama que tanto deseja, mesmo que isso venha a custar muito caro.
“Gente, gente, gente. Tanta gente lutando pra ficar com a cabeça fora d’água…”
Juan não percebe as consequências de suas escolhas e, gradualmente, perde o que realmente importa em sua vida, mergulhando em um ciclo de drogas e alucinações, onde supostamente conversa com John Lennon – uma das partes mais interessantes do livro.
A obra apresenta uma linguagem que pode não agradar a todos, repleta de gírias que, embora tentem enfatizar a personalidade do protagonista, tornam a narrativa impessoal. Isso dificulta a identificação do leitor com Juan, que carece de desenvolvimento em termos de atitudes e profundidade.
A narrativa se arrasta em alguns momentos, e quando finalmente se torna envolvente, é interrompida por capítulos longos que podem parecer desnecessários, criando uma sensação de enrolação.
“Era muito mais fácil ser apenas um consumidor de informação pré-mastigada…”
Por outro lado, o livro provoca reflexões valiosas sobre a busca pela felicidade, frequentemente confundida com consumo, e explora o impacto da fama na vida das pessoas. A crítica ao consumismo é uma das facetas centrais, mostrando como as grandes corporações manipulam a sociedade, fazendo com que as pessoas acreditem que a felicidade está atrelada à compra de produtos. Essa temática é especialmente relevante na era digital atual.
Apesar dos pontos negativos, O Último Rei do Rock pode ser uma leitura interessante para quem aprecia ficção, música e reflexões profundas. Vale a pena conferir! Boa leitura!
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