Quem leu minha resenha do livro Tudo e Todas as Coisas (AQUI) sabe o quão apaixonada fiquei pela escrita da autora, que me fisgou de uma forma única. Fico feliz em dizer que O sol também é uma estrela não me decepcionou; foi tão incrível quanto, e também levou nota máxima.
Natasha, de 17 anos, mora de maneira ilegal nos Estados Unidos desde os 8. Sua família se mudou da Jamaica para que o pai pudesse seguir o sonho de ser um grande ator, mas a realidade de viver ilegalmente é longe de ser glamourosa, e logo a família sente o impacto disso.
Ela é uma adolescente realista, que acredita apenas no que pode ser explicado pela ciência e tem aversão a poetas, destino e sonhos. Sua onda são os fatos, a vida como ela é. No entanto, quando sua família recebe uma ordem de deportação, Natasha se vê refletindo sobre tudo o que viveu e o que ainda deseja alcançar. No dia da viagem, ela sabe que não pode ficar de braços cruzados e inicia uma saga para permanecer onde construiu sua vida.
“Ninguém quer acreditar que a vida é aleatória. Meu pai diz que não sabe de onde vem meu ceticismo; mas não sou cética. Sou realista. É melhor ver a vida como ela é, e não como a gente quer que seja. As coisas não acontecem por algum motivo. Simplesmente acontecem.”
A última coisa que ela esperava era se apaixonar, mas isso acontece ao conhecer Daniel, um garoto asiático sonhador e poeta convicto, que acredita em tudo o que ela não. A atração entre eles desafia todas as probabilidades, especialmente após um dia repleto de aventura e autoconhecimento. Esse dia mudará suas vidas para sempre, embora ainda não saibam disso.
O sol também é uma estrela: imigração e identidade
Daniel e Natasha são opostos, mas como ele mesmo diz: os opostos se atraem. Ele é inteligente, mas está disposto a abandonar seu sonho de ser poeta para seguir a carreira de medicina, como desejam seus pais, que imigraram para os EUA em busca de uma vida melhor.
“… e eu vou em frente, porque parece que é assim que sou com essa garota. Talvez parte de se apaixonar por alguém também seja se apaixonar por si. Gosto de quem sou com ela. Gosto de prosseguir apesar dos obstáculos que ela coloca. Normalmente eu desistiria, mas não hoje.”
O sol também é uma estrela não é apenas um romance; é um livro que aborda temas variados como racismo, preconceito, imigração e família, com a sensibilidade característica de Nicola Yoon.
Embora o amor à primeira vista seja um clichê arriscado, a autora consegue dar profundidade ao romance, fazendo o leitor acreditar na conexão entre os personagens. O desenvolvimento do amor é sutil e belo, e fiquei satisfeita com a forma como tudo se desenrolou.
“Ele acha que meu cabelo cheira a chuva de primavera. Estou tentando permanecer impassível e não me deixar afetar. Lembro que não gosto de linguagem poética. Não gosto de poesia. Nem gosto de pessoas que gostam de poesia. Mas também não estou morta por dentro.”
O romance não é o foco principal; a beleza de O sol também é uma estrela está nas diversas histórias apresentadas. Além das perspectivas de Natasha e Daniel, conhecemos personagens que se cruzam com eles durante aquele dia, cada um trazendo algo importante que pode mudar a visão do leitor sobre os eventos.
O final foi bem construído, embora, como romântica, eu esperasse algo mais intenso ou incômodo. Foi realista e seguiu a premissa de que as coisas acontecem no tempo certo. Ficou curioso? Vá correndo ler O sol também é uma estrela!
Se você gostou de Eleanor & Park, Eu Te Darei o Sol, ou é fã de livros jovens adultos delicados e sensíveis, este livro é para você.
A edição é primorosa, mantendo a capa original e apresentando ilustrações no início de cada capítulo. Não encontrei muitos erros de revisão, e nada que atrapalhasse a leitura.
Fica aqui a indicação de mais um livro incrível!
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