Até os ossos, de Camille DeAngelis, Editora Suma, um terror pautado em uma narrativa de canibalismo. A história bebe do realismo fantástico para falar de amadurecimento juvenil e dramas familiares.
O mais interessante é que o canibalismo tem uma perspectiva fantástica, conciliando horror e desenvolvimento juvenil.
Maren é uma jovem de 16 anos que se vê sozinha, depois que a mãe foi embora por já não mais suportar as práticas canibais da filha.
Então Maren parte em uma jornada em busca de respostas e, quem sabe, ser acolhida pelo pai, de quem ela não sabe absolutamente nada. Veja que a grande questão é o abandono familiar.
Até os ossos pode ser classificado como uma narrativa de estrada, por focar nos encontros fortuitos que Maren tem pelo caminho.
Nesses encontros de estradas, dois personagens são extremamente importantes, Sully, um senhor um tanto misterioso, e Lee, interesse romântico de Maren.
O que fala o livro Até os ossos?
Eu gostei bastante da história, considerando esse lado insólito do canibalismo. Não espere explicações sobre como uma criança consegue comer, até os ossos, um adulto, pois não há.
Há outras pessoas canibais e cada uma com suas especificidades. De certa forma, a história traz uma discussão sobre os chamados “diferentes” e a importância de se saber que não estamos sozinhos.
O final do livro pode não agradar a todos. Para mim, parece que Maren não evoluiu em relação à amizade e ao amor. Ela consegue se encontrar, no sentido de pertencimento, mas em relação ao amor, ela termina como começa. Mas eu sei que Maren é só uma jovem com uma estrada de possibilidades.
Eu li críticas em relação ao tamanho dos capítulos. Para mim isso não foi um problema, pois a escrita é fluida. Eu li em poucos dias.
Às vezes, as piores coisas da vida são as que podem ensinar mais pra gente. Leve as partes boas com você, mas as partes feias…
