Aumentei mas não menti, Antonio Juraci Siqueira, Editora Paulinas. Quem aqui gosta de cordel? Ou quem já leu, mas não gostou muito das características? Ou quem nunca leu?
Confesso que o último cordel que li já fazia muito tempo. Para minha alegria e encantamento, acabei de ler Aumentei mas não menti, uma edição em formato de livro. Os cordéis que conheci foram aqueles em folhetos, no estilo original. A edição de Aumentei, mas não menti é muito bonita, com cores vibrantes, como vocês podem ver nas fotos. As lindas xilogravuras são de Nena Borges e Silvio Borges.
Aumentei mas não menti traz duas narrativas. A primeira é baseada no mito da criação da noite dos povos Tupi, coletada e publicada pelo General Couto de Magalhães em O Selvagem, em 1935. A segunda é baseada no mito da criação dos rios da Ilha do Marajó, relatada pelo indígena Aruã, Severino dos Santos, ao naturalista Alexandre Rodrigues Ferreira, no ano de 1783.
Aumentei mas não menti: identidade cultural
Uma pausa aqui para contextualizarmos a literatura de cordel. O cordel foi introduzido no Brasil pelos portugueses, ainda no século 19. A literatura de cordel é uma narrativa poética popular, com métricas e rimas perfeitas ou quase perfeitas.
Ainda sobre a literatura de cordel, vocês sabiam que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu, em 2018, a literatura de cordel como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil? Muito legal!
Aumentei mas não menti é um livro incrível. A leitura é rápida e agradável. A primeira narrativa eu já conhecia, então foi uma conexão instantânea. É um livro ideal para quem quer proporcionar aos pequenos leitores contato com a nossa rica cultura popular e a nossa mitologia.