A Primeira Chance, apesar de uma leitura rápida e divertida, não trouxe nada diferente do que estamos acostumados, e isso foi frustrante. Não esperava um drama com um super conteúdo, pois sabia que não iria encontrar, mas esperei, sim, uma construção mais convincente do enredo e, principalmente, dos personagens.
Harlow Manning é uma jovem de 20 anos, bonita e doce, que nunca briga ou eleva a voz. Sua única diversão são os livros, que lê com voracidade no conforto do seu quarto. Uma garota aparentemente comum, mas que carrega consigo um terrível segredo. É filha de um astro do rock instável que não poderia ser mais diferente dela, mas que a ama intensamente e faz tudo para que tenha uma vida confortável. E sua vida poderia continuar assim, tranquila, se não fosse por sua meia-irmã recém-descoberta, Nan, que faz de tudo para humilhá-la por não conseguir a mesma atenção do pai.
Para piorar sua situação, seu pai sai em turnê com sua banda, deixando-a sozinha com a invejosa e cruel Nan em Rosemary Beach, um lugar paradisíaco e caro, onde apenas os mais ricos moram ou passam as férias; em uma mansão que seu pai comprou para Nan com a condição de que ela teria que abrigar Harlow até seu retorno.
“(…) Diga que não se sente atraída por mim. Diga que não deseja me tocar ou se aproximar mais. – Se ela recusasse, eu me afastaria. Seria difícil, mas eu me afastaria. Daria a ela o espaço de que precisava. Eu só queria ouvi-la dizer que não me desejava, porque eu a desejava demais.”
É nesse cenário que ela conhece Grant, ex-namorado de Nan, por quem logo se sente atraída, apesar de saber que nada de bom viria dali. Afinal, ele já tinha ficado com sua instável meia-irmã! Quem, em sã consciência, faria isso? Além disso, como poderia criar sentimentos por alguém novamente, depois de tantas decepções amorosas em seu passado? Mas Harlow não consegue controlar o que sente e se entrega a Grant. Sua primeira vez foi mágica, mas ele desapareceu logo depois, deixando-a sozinha e sem dar sinal de vida. Três meses se passaram. Vê-lo seminu em sua cozinha, depois de ele ter passado a noite com Nan no quarto ao lado do seu, só a deixou ainda mais confusa e despedaçada.
A primeira chance: amor e desejo

Grant Carter é um solteirão que ainda não conheceu o amor. Por muito tempo, nutriu um sentimento nada saudável por Nan, mas aquilo estava longe de ser amor. Na verdade, ele só queria ser necessário para alguém, e Nan sempre precisava dele quando brigava com a família ou quando queria apenas sexo e diversão.
Depois de conhecer Harlow, ele sabia que nunca mais seria o mesmo. Alguma coisa se transformou dentro dele após a noite em que ficaram juntos. A noite em que ela se entregou a ele e Grant estragou tudo.
Com a morte de um de seus melhores amigos, as coisas só pioraram. Grant estava confuso e desamparado, conseguindo alívio momentâneo na bebida e, mais uma vez, na cama de Nan.
“Devia ter sido homem, percebido que não merecia e ido embora. Mas você me deixou fraco. É uma das coisas em você que me assusta. Ninguém nunca me deixou tão vulnerável assim.”
Grant se arrepende amargamente de tudo o que fez e do quanto magoou Harlow. Mas, apesar de sua inexperiência, Harlow tinha sua dose de teimosia e não aliviaria as coisas para ele depois de toda a tristeza que ele lhe causou. Ele faria de tudo para tê-la de volta. Ela, por sua vez, faria de tudo para se manter longe. Mas a atração entre ambos não permitiria tanta distância.
A primeira chance: segredos e identidade
A saga Rosemary Beach já possui vários volumes, incluindo trilogias e duologias, como é o caso deste volume. A praia de Rosemary é um local fictício criado pela autora para abrigar seus personagens. Apesar de não ser “obrigatório” ter lido tudo desde o começo, é indicado para uma maior compreensão dos fatos narrados e dos personagens que aparecem durante a trama. Grant Carter já é um velho conhecido dos leitores de Abbi Glines, por ter um papel pequeno, mas importante, na trilogia principal, Sem Limites, que conta a história de Blaire e Rush, sendo ele melhor amigo deste último.
Após ter lido seis livros da saga, mal podia esperar para, enfim, ter Grant como protagonista. Minha surpresa não poderia ter sido maior quando me deparei com um personagem raso e sem aquela personalidade que tanto me cativou nos volumes anteriores.
Harlow não teve nada de diferente das outras mocinhas de Abbi Glines, além do fato de gostar de ler. Mas não foi especificamente isso que me incomodou, e sim sua falta de real maturidade; além de algumas atitudes dela que, para mim, foram totalmente desnecessárias na narrativa.
A primeira chance é intercalado pelo ponto de vista de ambos os personagens, o que é sempre bem-vindo por dar mais “dinamicidade” à leitura. Os capítulos de Grant eram meus favoritos, mas apenas pelo fato de não sentir nenhuma empatia por Harlow.
O final foi característico da autora: corrido e sem muita explicação, nos deixando ansiosos para o volume seguinte. Volume esse que irei ler, mas sem maiores expectativas.
A escrita da autora melhorou bastante do primeiro livro até aqui. E as cenas de sexo foram melhor descritas, mas continuam escrachadas, o que pode ser um problema para quem não curte esse tipo de descrição. Continua, também, repleta de palavrões; mas tudo isso já é marca registrada no gênero. É difícil para mim, como fã da Abbi, confessar que não amei um de seus livros. Mas A Primeira Chance, infelizmente, não me convenceu.
Gostei bastante da diagramação simples que a editora escolheu e da capa, que representa bem os personagens. Não encontrei erros de revisão e a tradução está muito boa. Se você gosta do gênero ou já conhece a autora, indico a leitura. Pode não ter funcionado tanto para mim, mas com certeza irá agradar a outros leitores.
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