Resenha || Dois a Dois | Nicholas Sparks

Dois a Dois, Nicholas Sparks, autor norte-americano conhecido mundialmente por seus romances e dramas, muitos deles adaptados para o cinema. Com obras de destaque como Um Amor para Recordar e Diário de uma Paixão, Sparks continua a encantar seus fãs. Suas duas últimas publicações, No Seu Olhar e Dois a Dois (ambos lançados no Brasil pela Editora Arqueiro), foram grandes sucessos de vendas, acumulando milhões de exemplares vendidos.

Dois a Dois se destaca por ser uma obra diferente das demais, pois não se concentra em um romance, mas no drama da relação entre pai e filha.

A história gira em torno de Russel Green, um homem bem-sucedido, casado com Vivian e pai de uma linda garotinha chamada London. Após deixar sua empresa para abrir o próprio negócio, Russel vê seu mundo desmoronar, enfrentando a desaprovação da esposa, que acredita que ele está cometendo um erro.

“Quando você começa a tentar entender o que deu errado ou, mais especificamente, onde você errou, é mais ou menos como descascar cebola. Há sempre outra camada, outro erro do passado ou uma lembrança dolorosa que surge e então conduz ainda mais para o passado, e ainda mais, em busca da verdade definitiva.”

Com Vivian buscando um emprego que toma boa parte de seu tempo, Russel passa a cuidar da filha, dedicando-se completamente a ela e equilibrando as responsabilidades diárias. Nesse novo cenário, ele descobre muito sobre London, uma criança de seis anos cheia de vida e sabedoria.

A relação de Russel com Vivian, por outro lado, deteriora-se, levando o casal a um impasse. No meio do caos, há amor, dedicação e o desenvolvimento do vínculo entre Russel e London, além de uma profunda autodescoberta.

“Dois a Dois, pensei enquanto descia a escada. London e eu, pai e filha, ambos fazendo o melhor que podíamos.”

Dois a Dois: redescoberta paternal

Em Dois a Dois, Nicholas Sparks se afasta dos clichês habituais, centrando a narrativa na relação pai-filha. Ele inicia a história refletindo sobre o casamento de Russ e Vivian, desde seu início até o esfriamento da relação.

Contudo, o retrato do casamento não me convenceu. Além disso, o protagonista, Russel, também não atendeu às minhas expectativas; suas queixas disfarçadas de preocupação e críticas à esposa, seguidas de declarações de amor, soaram contraditórias e frustrantes.

A relação pai e filha, por outro lado, é encantadora.  Inicialmente, Russel é um pai que se dedica ao trabalho e à manutenção da estabilidade familiar. Com a mudança na dinâmica familiar, causada pela nova rotina de Vivian, ele é forçado a passar mais tempo com London. Essa nova realidade permite que ele redescubra o papel de pai e a importância de estar presente na vida da filha. A caracterização de London é uma das melhores partes do livro, com suas interações sendo as mais envolventes.

Quando um protagonista não me agrada, especialmente em narrativas em primeira pessoa, a leitura se torna desafiadora. Infelizmente, essa foi a minha experiência. Apesar de ter expectativas altas, a construção do personagem-narrador não funcionou como eu esperava.

A edição de Dois a Dois é linda, com uma capa que reflete bem o clima da história, e o título foi escolhido após consulta aos leitores nas redes sociais. O espaçamento e o tamanho da fonte são confortáveis, e cada capítulo inicia com uma pequena borboleta no topo da página.

Embora a leitura não tenha sido totalmente satisfatória para mim, o livro é muito elogiado, tanto aqui quanto no exterior. Recomendo que deem uma chance à obra e espero que tenham uma ótima leitura! Quem já leu, compartilhe suas impressões nos comentários!

Até a próxima!

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