A Canção da órfã, Lauren Kate, Editora Record, é uma história comovente, que fala sobre a vida de órfãos, deixados nas antigas rodas, nos conventos. Aqui no Brasil conhecida como roda dos enjeitados. Mas A canção da órfã é também uma história de amor, e de encontros e desencontros.
A narrativa se passa em Veneza, século XVIII, quando a cidade vivia a auge dos carnavais. A cidade era conhecida como a joia do Mediterrâneo. Por trás dessa cidade das máscaras, sempre em festa, havia crianças sendo deixados nas rodas, para viver em orfanatos, numa vida de privação e violência.
Violleta, Mino e Laura, são órfãos que cresceram no Incuráveis, um tipo de hospital, conservatório musical e orfanato. O Incuráveis era famoso por seu coro, o melhor da cidade.
No Incuráveis os meninos e as meninas viviam em alas separadas, nunca se encontravam. As meninas tinham aulas de canto. Viver da música era a única opção de ter uma vida mais digna.
Já os meninos não tinham as mesmas oportunidades que as meninas. Eles aprendiam ofícios manuais, e tinham que deixar o orfanato muito mais cedo.
Mino queria casar, formar uma família e encontrar a mãe. Violleta queria ser a primeira soprano do coro, não queria filhos e nem saber das suas origens. O destino reservou vidas um tanto quanto diferente das sonhadas pelos dois.
A canção da órfã: uma história de abandono, amor e liberdade
Essa foi uma história que me comoveu em vários momentos. Eu sempre fico tocada com narrativas que abordam a vida de órfãos e a motivação que leva uma mãe a deixar seu filho em um orfanato. Por trás tem sempre histórias de muita dor, na maioria das vezes, violência e abandono do parceiro, pai da criança.
Em A canção da órfã não se detém nas histórias por trás do abandono, mas podemos ter um vislumbre. E como falei antes, são filhos de mães desamparadas. Nas entrelinhas a gente consegue ver que as mães estão completamente sozinhas.
Violleta é uma personagem interessante. Ela mantém a alma viva, liberta, mesmo vivendo presa. Ela sempre dava um jeito de escapar, mesmo que fosse só para o telhado.
Já Mino é mais sonhador e se perdeu algumas vezes. Claro, não é fácil começar uma vida na solidão. Ele precisava da força da Violleta, assim como precisou da força da Ana. Confesso que fiquei com raiva dele, pelo fato de sempre recorrer à bebida em momentos difíceis.
Gostei dessa história, mesmo sentido falta de um final, uma atenção maior para a melhor amiga de Violleta, Laura. Achei injusto Violleta não ter sequer tido um momento de despedida da amiga. Uma pessoa que se preocupava tanto com ela no início da narrativa.
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