O Jardim Secreto, Frances Hodgson Burnett, Darkside Books, é um clássico que marcou minha infância-adolescência, não o livro, o filme de 1993. O livro é a primeira vez que leio.
O filme é um clássico da Sessão da Tarde. Há quem diga que essa adaptação é melhor do que o livro, porque consideram a narrativa um pouco. Eu digo que as duas obras têm suas especificidades. Gosto das duas.
Bom, mas estou aqui para falar do livro, nesta edição belíssima da Darkside. Uma história que vem encantando gerações após gerações.
Mágica existe. Posso provar
Em O Jardim Secreto conhecemos Mary Lennox, órfã, 10 anos. Depois da morte dos pais, Mary vai viver com um tio, numa mansão triste, isolada, com muitos jardins.
Conhecemos também Colin Craven, primo de Mary, um menino que acredita não ter muito tempo de vida. Tem também o Dickson, um menino adorável, completamente diferente dos outros dois.
Mary e Colin têm muito em comum, principalmente pelo fato de terem sido negligenciados pelos pais. E por causa do distanciamento emocional dos pais, Mary os dois têm sérios problemas emocionais, refletindo no comportamento e nas relações.
Todas as resenhas que li destacavam o fato de Mary e Colin serem mimados e malcriados. Eu me recuso a apontar essa questão. As duas crianças são vítimas de pais ausentes, físico e sentimentalmente. Aristocratas que deixam os filhos a encargo dos criados.
É o jardim que salva Mary e depois Colin. É a grande Mágica. E aqui que se revela o encantamento do livro. Não é só o jardim o responsável pela transformação das crianças. Tem a Martha, irmã de Dickson. A mãe de Dickson é o velho jardineiro.
Essa história sempre me encantou devido à aura mágica. É isso o que são os livros, pura magia. É uma história sobre crianças que se encontram pela força do amor e da natureza. É também sobre a beleza de tudo o que há na natureza.
Tem uma cena no filme que eu jurava que tinha no livro. Um tipo de ritual. No livro é diferente. Mas não deixa de ser muito especial.
Há muitos mais temas a serem debatidos em O Jardim Secreto
Podemos falar da criação dos filhos pela aristocracia inglesa. Podemos falar da forma como era tratada a criadagem. Da colonização inglesa na Índia. E nessa parte é impossível não falar do racismo.
Um tema superimportante que a gente pode debater com O Jardim Secreto é o capacitismo. Há muito capacitismo para falar da doença do Colin. Claro que tanto o racismo como o capacitismo devem ser analisados considerando o contexto histórico.