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Pássaro e Serpente || Shelby Mahurin

por Nilda de Souza

Pássaro e Serpente, publicado pela Galera Record, superou minhas expectativas. É uma fantasia jovem com forte ênfase no romance, e me conectei bastante com a protagonista, Lou, que desafia o estereótipo da mulher inocente e recatada.

Um dos temas que mais me cativou é a presença de bruxas, especialmente a questão da caça às bruxas. A história retrata a Igreja por meio dos Chasseurs, um grupo de homens treinados para caçar e eliminar bruxas, liderados pelo capitão Reid Diggory.

Lou, uma bruxa fugindo da mãe poderosa, precisa viver às escondidas, enfrentando tanto a própria mãe quanto os Chasseurs. Ela é destemida, leal às amigas e tem um bom senso de humor. Após uma série de eventos, Lou acaba se casando com Reid, o caçador de bruxas, e a química entre eles é inegável.

A protagonista, Lou, luta para entender sua identidade como bruxa, desafiando estereótipos e as expectativas impostas pela sociedade e sua família.

A frase “Ligados como um só para amar, honrar e queimar” resume bem essa conexão intensa.

Ao iniciar Pássaro e Serpente, já percebi algumas falhas no desenvolvimento da história, especialmente no sistema de magia e na evolução do romance. Os Chasseurs, por exemplo, parecem ter um conhecimento limitado sobre as bruxas.

Pássaro e serpente: preconceito e discriminação

No entanto, a escrita de Mahurin é envolvente. Fiquei completamente imersa na narrativa, especialmente nas cenas de amor. Mas achei um tanto inverossímil que um homem bonito, alto e musculoso, sem experiência sexual, se saia tão bem na primeira vez. Por outro lado, as cenas de batalha não são bem descritas.

O romance entre Lou e Reid é central à trama, explorando o amor que exige sacrifícios e escolhas difíceis, especialmente em um contexto de conflito. A adolescência em mim ama histórias de amor, mesmo que um pouco questionáveis.

Sobre a Inquisição, embora seja um período sombrio da história, o livro não se aprofunda muito nisso. No entanto, menciona um rei cruel e uma igreja corrupta, lutando para manter o poder, com bruxas que são tanto boas quanto más, afinal, são pessoas.

A narrativa aborda a caça às bruxas como uma forma de preconceito, refletindo sobre como o medo do diferente pode levar à opressão.

Recomendo a leitura! Se você aprecia fantasia jovem repleta de romance, Pássaro e Serpente é uma ótima escolha. Com certeza, lerei os dois últimos livros da trilogia.

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