O Segredo da Alegria, de Alice Walker, é uma história sobre a vida e as lutas de Tashi, uma mulher africana do ficcional povo Olinka, marcada profundamente por suas escolhas e pela morte da irmã.
Leia a resenha de A terceira vida de Grange Copeland, Alice Walker, José Olympio, Grupo Editorial Record.
“Resistência é o segredo da alegria.”
Ler Alice Walker é sempre nos deparar com histórias extremamente destruidoras das nossas emoções. Humanas e dolorosas, que nos tocam de múltiplas formas.
O trabalho de Walker com a linguagem é único, para falar de um tema tão ignóbil: a mutilação genital. A obra aborda temas como racismo, identidade cultural, opressão feminina e colonialismo.
O segredo da alegria: uma escrita dolorosa e bonita
Ganhadora do Prêmio Pulitzer e do American Book Awards por A cor púrpura, Alice Walker, em O segredo da alegria, retorna à personagem Tashi. Sim, Tashi, Olivia e Adam são personagens de A cor púrpura, mas não é preciso ter lido A cor púrpura para ler O segredo da Alegria.
Com capítulos curtos, a história é contada por Tashi e outras vozes, tocadas por ela. Tashi nasceu na África e posteriormente levada para os Estados Unidos. Diferentemente de outras meninas de Olinka, ela não foi circuncidada quando criança. Só mais tarde, por decisão própria.
Não, não foi por decisão própria. E ao longo da história a gente vai percebendo o quanto há questões enraizadas tão profundamente, que era impossível fugir.
Mutilação genital é um tema que conhecia bem pouco. O segredo da alegria nos revela a cultura e as tradições de povos africanos que ainda têm essa prática.
É um livro poderoso e comovente que explora questões importantes relacionadas à vida das mulheres africanas e seu papel na sociedade.
É o patriarcado na sua forma mais vil. Não basta só controlar o corpo das mulheres nas diversas formas que conhecemos na nossa cultura. É preciso tirar o prazer. É preciso mutilar o corpo e a alma.
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